sexta-feira, 18 de maio de 2012

Opinião Política - Chopp Alemã ou Champagne Francês







A eleição do socialista François Hollande na França abriu discussões na Europa sobre a maneira mais adequada de conter a crise e salvar a União Européia. Nessa discussão, impõem-se dois caminhos diferentes para debelar a crise que já dura cinco anos: a austeridade defendida pela primeira-ministra alemã Angela Merkel e o crescimento defendido pelo presidente francês François Hollande. Angela Merkel defende a redução do déficit, que seria o excesso de despesas em relação à receita anual dos cofres públicos, aumento de impostos e cortes orçamentários, medidas que reduzam o endividamento dos governos, acusados de terem gasto demais durante a bonança e pressionados a gastar ainda mais para resgatar os bancos afetados pela crise econômica de 2008. François Hollande defende a revisão do pacto fiscal firmado pela zona do euro dando mais ênfase para o crescimento e estímulos para o crescimento por meio do aumento dos gastos públicos. O problema das medidas de austeridade é que se tornaram altamente impopulares com o público, uma vez que impõem cortes em serviços públicos, aumento da idade de aposentadorias e reduções salariais para aposentados e funcionários públicos, afetando o crescimento. Já as políticas de Hollande rompem com o pacto fiscal europeu firmado por 25 dos 27 países que integram a União Européia e que se encontra em processo de ratificação pelos Parlamentos de cada membro e cujo objetivo principal é tornar os governos mais disciplinados com relação a suas finanças e convencer os mercados de que os países europeus não incorrerão ao descontrole dos seus gastos, uma vez que precisam honrar pagamentos e apertar o cinto a duras penas, movimentando a política européia. Nesse sentido, muitos defendem um equilíbrio entre austeridade e crescimento, um equilíbrio entre a necessidade de consolidação fiscal e as preocupações com o crescimento, um equilíbrio entre redução dos gastos e o estímulo ao crescimento, ou seja, lidar com a turbulência financeira sem implementar cortes tão drásticos. A crise que, segundo o Reino Unido, ameaça a sobrevivência do euro e da União Européia, que derrubou os governos de Portugal, Grécia, França, Espanha, Irlanda, Itália, Islândia, Reino Unido, Eslováquia, Romênia e Holanda e que opôs os governos de Alemanha e França, as maiores economias do bloco, teve origem no endividamento dos países europeus, agravada com o resgate dos bancos afetados pela crise econômica de 2008, e somente pode ser resolvida honrando-se essa dívida, mesmo que sob duras penas, e não endividando ainda mais.





segunda-feira, 14 de maio de 2012

Opinião Política - Tangram Chinês







A China hoje em dia é o país de maior destaque no mundo em vista de seu espetacular crescimento econômico, por isso convém esclarecer uma dúvida sobre esse gigante. É muito comum haver confusões e dúvidas sobre Hong Kong, Macau, Tibete, Xinjiang e Taiwan, áreas que de certa forma pertencem ou pertenceram a China. Eis a explicação correta. Hong Kong é uma Região Administrativa Especial da China e uma ex-colônia do Império Britânico até 1997, que, segundo a política de um país, dois sistemas e a Lei Básica, tem um alto grau de autonomia em todas as áreas, exceto política externa e defesa e é um centro financeiro internacional, com uma economia capitalista altamente desenvolvida, sendo uma das economias mais liberais do mundo. Hong Kong possui seu próprio sistema legal, moeda, alfândega, direitos de negociação de tratados (como tráfego aéreo e permissão de aterragem de aviões) e leis de imigração próprias. Macau  é uma Região Administrativa Especial da  China desde os primeiros momentos da madrugada do dia 20 de Dezembro de 1999. Antes desta data, Macau foi colonizada e administrada por Portugal durante mais de 400 anos e é considerada o primeiro entreposto, bem como a última colônia européia na China. Atualmente, Macau está experimentando um grande e acelerado crescimento econômico, baseado no acentuado desenvolvimento do setor de jogos e de turismo, as duas atividades econômicas vitais desta região administrativa especial chinesa. Tibete é uma região autônoma da  China, onde o budismo é professado, habitada pelos tibetanos, cujo líder espiritual é o dalai-lama, ocupada pela China desde 1949, que reivindica sua independência, resiste a imposição do comunismo e vem desde a década de 80 desenvolvendo relações amistosas com a China, permitindo a região usufruir um relativo desenvolvimento de sua economia e turismo. Xinjiang é uma região autônoma da China, habitada pelos uigures, que professam o islamismo e que lutam pela independência da região e são duramente reprimidos pela China. Taiwan é um Estado independente, cuja soberania a China recusa a reconhecer, chamando-a de província rebelde e buscando recuperar o seu controle. Taiwan é um Tigre Asiático, com forte desenvolvimento capitalista, um centro financeiro mundial e um pólo de alta tecnológico. Eis o Tangram chinês.










domingo, 13 de maio de 2012

Opinião Política - Mapa Inglês







Em 2012, teremos as Olimpíadas de Londres e convém sanar uma dúvida muito comum para quem quer conhecer o país que vai sediar o evento. É muito comum haver confusões com os termos Reino Unido, Grã-Bretanha, Inglaterra, Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte e Irlanda. Eis a explicação correta. Reino Unido consiste em um Estado formado por quatro países (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), membro da União Européia, cujo chefe de Estado é a rainha Elizabeth II e chefe de governo é o primeiro-ministro, hoje o conservador David Cameron, eleito por um Parlamento central, em Londres, que é responsável pelas grandes questões de governo como política econômica e política externa, sendo que Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte também tem assembléias nacionais, com certa autonomia para tratar de questões mais locais, como saúde. A Inglaterra é um país com capital em Londres, que ao longo da história conseguiu se impor politicamente sobre alguns países vizinhos, passou a controlar o Reino Unido e no século XIX a frente do Império Britânico se tornou um dos maiores da história, com uma extensão territorial equivalente a um quarto do planeta. A Grã-Bretanha seria a grande ilha onde ficam três países (Inglaterra, País de Gales e Escócia), com quase 230 mil km2 de área, e 1000 km de comprimento de norte a sul e pouco menos de 500 km de leste a oeste. O termo Grã-Bretanha muitas vezes é usado como sinônimo de Reino Unido, o que não é inteiramente correto, pois um dos países que formam o Reino Unido, a Irlanda do Norte, não fica nessa ilha. Ilhas Britânicas seria um arquipélago formado por cerca de 5 mil ilhas, sendo as duas maiores a Grã-Bretanha e a ilha da Irlanda, onde ficam dois países, a Irlanda do Norte (membro do Reino Unido) e a República da Irlanda, também chamada de Eire (um Estado independente). Além das duas ilhas grandes, fazem parte desse arquipélago milhares de ilhas menores, como as Órcades, Shetland, Hébridas, Man e ilhas do Canal (como Jersey). A Irlanda, ou Eire, seria um outro Estado independente, sem nenhuma ligação com o Reino Unido. Eis o Mapa Inglês, para já irmos nos familiarizando com o clima das Olimpíadas de 2012 em Londres.











sábado, 12 de maio de 2012

Opinião Política - Iugoslávia: Bicho de Sete Cabeças











O processo de desintegração da ex-Iugoslávia foi um dos mais complexos das Relações Internacionais e tem importância fundamental nos dias de hoje, uma vez que deu origem a sete novos países no mapa-múndi, que sonham em fazer parte da atualmente cambaleante União Européia. A Iugoslávia surgiu em 1918, se consolidou de vez a partir de levantes de guerrilheiros de resistência contra os ataques da Alemanha nazista em 1944, e formou uma nação formada pela união de três etnias diferentes, os eslovenos, os croatas e os sérvios, sob o socialismo e sob a liderança de Josip Broz Tito. Durante o governo autoritário de Josip Broz Tito, a estabilidade política entre os diferentes grupos étnicos foi garantida a mãos de ferro, por meio de um acordo político que garantiu a alternância de poder entre representantes deles e assentada em um período de prosperidade econômica. Sob Josip Broz Tito, a Iugoslávia se alinhou ao socialismo, mas adotou uma postura independente em relação a União Soviética. Com a queda do Muro de Berlim, o fim do socialismo, a desintegração da União Soviética e a crise que se abateu sobre o Leste Europeu, a Iugoslávia passa a conviver com uma grave crise econômica, que reascendeu sentimentos nacionalistas entre os grupos étnicos. Com a morte de Josip Broz Tito, em 1980, um vazio de poder toma lugar na Iugoslávia, e se iniciam os conflitos nacionalistas entre os grupos étnicos. Em 1991, a Eslovênia, a Croácia, cristãs, e a Macedônia, ortodoxa, declaram independência da Iugoslávia, mesmo destino seguido pela Bósnia-Herzegovina, muçulmana, em 1992. Nesse momento, quem estava no poder na Iugoslávia era o ditador sanguinário Slobodan Milosevic, que sonhava em criar a Grande Sérvia, ortodoxa, por meio da limpeza étnica e do genocídio. Buscando impedir a desintegração da Iugoslávia, Slobodan Milosevic e guerrilheiros sérvios, reprimem de forma brutal esses movimentos separatistas, com assassinatos indiscriminados, migrações forçadas, extermínio de populações inteiras, destruição de cidades, queimas de aldeias inteiras, estupros, fuzilamentos de civis, atentados terroristas e bombardeios, lembrando cenas da Segunda Guerra Mundial na pacificada Europa. Essa onda de violência choca a comunidade internacional, como o episódio de Srebrenica em 1995, na Bósnia, em que tropas sérvias organizaram a matança de até 8.373 bósnios muçulmanos, levando a uma intervenção militar da ONU e da OTAN, sob a liderança dos Estados Unidos, com o pretexto de proteger esses povos. Os conflitos não cessam, obrigando a OTAN e os Estados Unidos a bombardearem alvos sérvios na Bósnia-Herzegovina. Os conflitos têm fim com a assinatura, em 1995, do Acordo de Dayton, possibilitada pela imposição de sanções econômicas internacionais contra a Sérvia, que promoveu a paz e garantiu a independência da Bósnia-Herzegovina. Em 1997, explodem em Kosovo, cuja população tinha origem albanesa, movimentos nacionalistas separatistas exigindo a sua independência. Slobodan Milosevic reprime o movimento mais uma vez com violência brutal, assustando a comunidade internacional e levando a novas intervenções da ONU e da OTAN, sob a liderança dos Estados Unidos. Belgrado, a capital da Sérvia, é bombardeada pelas tropas da OTAN e a ONU assume o controle internacional de Kosovo, por meio de uma missão internacional. Em 2000, uma rebelião popular na Sérvia exigindo democracia derruba Slobodan Milosevic do poder, ao recusar reconhecer nessa eleição a vitória de Vojislav Kostunica, que em 2001 é preso e transferido para o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia em Haia e morto na prisão em 2006, por causas misteriosas. Em 2003, a Iugoslávia deixa de existir, se tornando Sérvia e Montenegro. Em 2006, Sérvia e Montenegro se separam, a partir de um referendo ocorrido em Montenegro, formando dois países. Em 2008, Kosovo declara sua independência, que aos poucos vai sendo reconhecida pela comunidade internacional. Eis o processo de desintegração da Iugoslávia, um verdadeiro bicho de sete cabeças.

País / Capital

Sérvia / Belgrado
Bósnia-Herzegovina / Sarajevo
Croácia / Zagreb
Eslovênia / Liubliana
Kosovo / Pristina
Montenegro / Podgorica
Macedônia / Skopje










quinta-feira, 10 de maio de 2012

Opinião Política - Mitos Sobre a China





O pensamento de esquerda moderno gosta de exaltar a China, como a grande vencedora da globalização, por justamente impor restrições ao processo, como o símbolo da resistência as potências ocidentais, a economia que mais cresce no mundo e um exemplo de desenvolvimento a ser seguido. Esquecem que essa tese apresenta inúmeras restrições. A China é uma ditadura, que viola os direitos humanos, controla a sociedade com mãos de ferro, não tem sistema jurídico, onde a arbitrariedade prevalece, reprime manifestações, inclusive com tanques de guerra, censura a imprensa, persegue opositores e mantém prisões políticas medonhas, onde a tortura ainda é usada. Tanto que muitos chineses têm o sonho de deixar a China para viver nos Estados Unidos, como o ativista e dissidente chinês cego Chen Guangcheng, que pediu para se mudar, pois ele e sua família corriam risco na China. Na China, a falta de liberdade de imprensa afeta até jornalistas estrangeiros, que têm que pedir autorização ao governo chinês para filmar partes do país e que podem ser expulsos do país, como se viu no caso da expulsão da jornalista da TV Al Jazeera, Melissa Chan. A internet é fortemente controlada pelo governo, tanto que o Google, o maior site da internet do mundo decidiu deixar o país, em vista de restrições e censuras impostas pelo governo chinês a seus serviços. Muitos gostam de exaltar o fato de a China ter ultrapassado o Japão no ranking das maiores economias do mundo, se tornando a China a segunda e o Japão a terceira economia mundial, e o extraordinário crescimento econômico chinês, exaltando-se as glórias do capitalismo chinês e falando-se na China como potência de primeira classe. Vale lembrar que o Japão é uma grande potência e expoente do capitalismo desde o século XIX com a Revolução Meiji, passando pela Segunda Guerra Mundial e permanece assim até os dias de hoje, enquanto a China só agora, a partir da década de 80, emergiu como grande potência. Isso se deu porque a China abriu sua economia para as empresas estrangeiras e para os investimentos internacionais, mas essa abertura ainda não foi completa, uma vez que o governo chinês ainda impõe restrições a suas atividades, tornando-as obscuras e pouco transparentes. Além disso, a China passou a investir pesado na educação, se adaptando a globalização, entrando na era do conhecimento, abandonando de vez a era da Revolução Cultural de seu velho líder Mao Tsé-Tung. Sim, o desenvolvimento real da China se deu na era de Deng Xiaoping, que assumiu após a morte em 1976 do sanguinário Mao Tsé-Tung, líder da desastrosa Revolução Cultural, cujos ensinamentos ainda são seguidos pela população chinesa, cujo retrato está presente em todo o país e cuja figura ainda desperta paixões, num sinal do atraso e da ignorância da China. Sobre a China ouve-se constantemente, quase que diariamente, notícias sobre explosões de minas de carvão, num sinal dos sérios problemas da China, lembrando de forma muito distante a explosão nuclear da usina de Chernobyl, na ex-União Soviética. A pobreza e a miséria ainda atingem grande parte da população chinesa, tanto que o governo faz questão de escondê-las, impedindo seu acesso pela mídia internacional. Esses são reflexos do socialismo chinês, que apesar de não existir mais e ter se adaptado ao mercado, ainda está presente na sociedade e na bandeira chinesas. A China hoje em dia é uma das grandes estrelas do cenário internacional, com um crescimento vigoroso e a grande promessa do futuro, mas para continuar nesse ritmo precisa continuar investindo pesado em educação e abandonar de uma vez por todas seu socialismo, sua ditadura e seu eterno líder Mao Tsé-Tung, símbolos bizarros e símbolos do atraso chinês.








sexta-feira, 4 de maio de 2012

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Opinião Política - Caminho da Índia





A Índia tem se destacado cada vez mais no cenário internacional e tem tudo para se tornar uma grande potência. A economia da Índia cresce a uma taxa anual em torno de 9% e junto com a China são as duas economias que mais crescem no mundo nos dias de hoje. A Índia se destaca no setor da tecnologia da informação, call center e desenvolvimento de software e tem como pólo de desenvolvimento a cidade de Bangalore. Muitos indianos falam inglês além do hindi, sua língua nativa, o que facilita muito no ramo de informática. A cultura e os valores indianos se disseminam no mundo com seus filmes produzidos em Bollywood, a Hollywood indiana. No campo militar, a Índia possui a bomba atômica e mantém com os Estados Unidos um acordo de cooperação na área de tecnologia nuclear. A Índia é uma democracia e devido a sua população de 1,21 bilhão de pessoas, atrás apenas da China com 1,34 bilhão de pessoas, e sua grande extensão territorial a torna a maior democracia do mundo. No entanto, para se tornar uma potência de primeira linha tem de enfrentar muitos desafios. A pobreza e a miséria afeta grande parte de sua população, muitos vivem em favelas a céu aberto e a fome assola os indianos. A desigualdade social no país é gritante e se nada for feito para reduzi-la, corre-se o risco de haver caos social. A religião hindu com seu sistema de castas, caracterizado pela discriminação e separação das pessoas em castas de acordo com sua ascendência das diferentes partes do corpo do deus Brahma, que não permite a mistura de pessoas de castas diferentes e separa-as em classes e funções sociais agravam ainda mais seus problemas. A sua infraestrutura é precária, ouvindo-se constantemente nos noticiários notícias sobre acidentes envolvendo trens lotados, com a morte de multidões. A Índia possui uma enorme diversidade étnica, com 1.600 etnias diferentes, o que torna difícil a administração dessa diversidade e provoca conflitos étnicos. São comuns no país ataques entre grupos étnicos pelo controle de territórios, conflitos religiosos e atentados terroristas como o que aconteceu em 2008 em Mumbai, que matou 195 pessoas, coordenado por grupos extremistas islâmicos e com apoio do serviço de inteligência paquistanês. Vale lembrar que a Índia disputa com o Paquistão o controle da Caxemira, chegando a entrar em guerra com o país vizinho três vezes, o que quase provocou um desastre nuclear, uma vez que ambos têm a bomba atômica. O Paquistão é o maior rival da Índia na região, e junto com a China ameaçam a liderança da Índia. A Índia pode se tornar uma grande potência mundial, mas tem um longo caminho a percorrer.









quarta-feira, 2 de maio de 2012

Opinião Política - Quebra-Cabeça Turco





A Turquia é um país complexo e vive vários dilemas ao mesmo tempo. No plano interno, a Turquia viveu um processo de secularização empreendido a mãos de ferro por Ataturk, o pai da Turquia moderna, que tornou a Turquia um país laico e buscou livrá-lo de qualquer influência islâmica. Tanto assim que o Exército é o responsável por vigiar e proteger o país dessa influência islâmica, impedindo a chegada ao poder de um governo islâmico e dando golpes de Estado contra governos que adotassem medidas de caráter islâmico. Vale lembrar que a Turquia é remanescente do antigo Império Otomano, bastião e defensor do Islã. A Turquia não é uma democracia plena, persegue opositores, persegue a imprensa, mantém prisões políticas medonhas, viola os direitos humanos, restringe protestos e reprime manifestações. Haja vista a forma como reprime as manifestações e as declarações de independência dos curdos. No plano externo, a Turquia se localiza entre dois continentes, Europa e Ásia, ora se identificando com uma ora com outra região, como fica evidente quando a Turquia participa dos torneios de futebol como europeu e quando critica os ataques israelenses na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, nos territórios palestinos. A Turquia é um dos aliados dos Estados Unidos, faz parte da OTAN e quer ingressar na União Européia, mas sofre restrições por parte deles porque grande parte de sua população é muçulmana e professa o islamismo, num verdadeiro choque cultural. A Turquia é repreendida pela Comunidade Internacional por não reconhecer o genocídio de armênios cometido pelo Império Otomano em 1915, no episódio que provocou a morte de 1,5 milhão de armênios. A Turquia enfrenta rusgas diplomáticas com a Grécia, devido a disputa por influência da ilha de Chipre, que segue dividida por áreas de influência grega e turca, sendo esta instalada por meio de um golpe de Estado apoiado pela Turquia, inclusive com o envio de tropas turcas. O maior desafio da Turquia é fazer parte da União Européia, hoje em crise, que impõe diversas exigências a Turquia para entrar no clube. Eles exigem que a Turquia seja uma democracia plena, não use a violência contra os curdos, reconheça o genocídio dos armênios, retire tropas de Chipre e adote reformas econômicas, mas desconfiam do país por ter população muçulmana e de ser pobre em relação aos países europeus, temendo sua imigração. Eis o quebra-cabeça turco.






Opinião Política - Putin, o Novo Czar





Dia 7 de maio, o primeiro-ministro russo Vladimir Putin toma posse como presidente da Rússia. A data marca o retorno de Vladimir Putin ao poder, depois do governo de seu aliado fiel Dmitri Medvedev, que o havia nomeado primeiro-ministro, tal a influência de Putin em seu governo. O governo Putin foi marcado pelo forte autoritarismo, típico de qualquer governante da Rússia. Vale lembrar que a Rússia foi governada pelos czares, por Stalin, pelos comunistas, por Boris Ieltsin, que não foi tão democrático pelos padrões ocidentais, e por fim por Vladimir Putin. Como de costume, no governo Putin houve repressão a protestos, prisões arbitrárias, perseguições políticas, censura da imprensa, assassinato de jornalistas, violações aos direitos humanos e cerco aos seus desafetos. Se não fosse a legislação russa, Vladimir Putin teria permanecido no poder até hoje, sem ter tido o governo marionete de Dmitri Medvedev. Vladimir Putin assumiu o governo em 1999 e deixou o poder em 2008 e buscou alterar a legislação para concentrar poderes em suas mãos. A cultura russa ao longo de toda a sua história nunca conviveu bem com os valores democráticos, desde Catarina II e demais czares até os dias de hoje. Na política externa, Vladimir Putin buscou recuperar e reforçar o papel de grande potência da Rússia no cenário internacional, objetivo idêntico ao dos czares, de Stalin e dos comunistas. No passado, o Império Russo era extenso e era poderoso, no entanto, vivia a margem das decisões mundiais tomadas na Europa, pois era uma potência menor se comparada com as potências ocidentais, mas tinha participação na definição dos rumos do planeta. No período de Stalin, enquanto o mundo agonizava com a crise econômica mundial, a então União Soviética ficou ilesa da crise, passando por um crescimento espetacular de sua economia. Após a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética, ao lado dos Estados Unidos, emergiu como uma das superpotências, buscando exercer influência sobre metade do planeta e contrabalancear os Estados Unidos, na chamada Guerra Fria. Com o colapso e a desintegração da União Soviética, a Rússia assume um papel de reboque no cenário internacional, situação que se alterou com Vladimir Putin, que tentou recuperar o papel de destaque da Rússia no planeta. Assim, a Rússia reforçou no plano interno seu autoritarismo e no plano externo seu papel de grande potência, com Putin, o novo czar.



terça-feira, 1 de maio de 2012

Opinião Política - Mitos Sobre o Vietnã





Qualquer pensamento de tendência de esquerda e do Terceiro Mundo gostam de exaltar o Vietnã, as glórias do povo vietnamita sobre o exército norte-americano, a resistência do povo vietnamita frente as invasões das potências ocidentais e o crescimento vertiginoso da economia vietnamita. Esquecem que após a Guerra do Vietnã foi instalado no país uma ditadura comunista, que como sempre persegue cristãos e demais religiões, persegue oposicionistas ao regime, mantém o sistema de partido único, não é uma democracia, há execução de prisioneiros políticos, a arbitrariedade prevalece, os líderes não são eleitos pela população, não há liberdade de expressão, viola os direitos humanos, a imprensa é controlada pelo governo, a internet é censurada, típico de qualquer ditadura, e que, além disso, por ser comunista, provocou a morte por fome de milhares de pessoas, impulsionou a corrupção de seus dirigentes, arruinou sua economia e gerou miséria para toda a sua população. Além disso, o Vietnã se libertou da dominação das potências ocidentais para ficar sob o jugo da União Soviética. Ao perceber o desastre do comunismo e com a morte de Ho Chi Minh, seus líderes, assim como a China fez após a morte de Mao Tsé-Tung e a ascensão de Deng Xiaoping, decidiram abrir sua economia para os investimentos estrangeiros, mas manter fechado o regime político. O resultado disso foi a atração de investimentos e empresas estrangeiras e o país passou por longos anos por altas taxas de crescimento econômico, beirando a casa dos 9% ao ano, se tornando um dos países que mais crescem no mundo e que são um dos países de destaque na economia mundial. O Vietnã, no entanto, convive com a fome e a miséria de parcela de sua população, a pobreza afeta algumas regiões, tanto que o governo restringe o acesso dessas regiões pela mídia estrangeira e o autoritarismo do governo atropela alguns indivíduos na sua busca desenfreada pelo crescimento econômico. O Vietnã, para atrair as empresas estrangeiras, mantém uma mão-de-obra barata e intensiva, cujas condições de vida lembram a escravidão. O Vietnã é uma das principais estrelas da Ásia e do mundo, vem implementando reformas em sua economia, mostrou que é possível um país do Terceiro Mundo impor derrota a maior potência do planeta e é um exemplo de um país que sonha com a liberdade e a independência, porém, é uma ditadura sangrenta, não é uma democracia e é um dos poucos países do mundo que possui o nome comunista, ao lado de China, Coréia do Norte, Cuba e Laos.