terça-feira, 27 de agosto de 2013

Opinião Política - Eis o Cazaquistão







Pouco se fala sobre o Cazaquistão, por isso aproveito esse espaço para falar um pouco dele. O Cazaquistão, assim como as demais ex-repúblicas soviéticas, é governado pelo autocrata Nursultan Nazarbayev, conhecido por sua habilidade de conduzir um país que nunca havia existido, há 22 anos no poder desde a independência do país e se tornando presidente desde quando Ieltsen estava ascendendo na Rússia, por meio de mudanças casuísticas nas regras eleitorais, perseguição aos opositores e ao bom desempenho econômico. Vale lembrar que o Cazaquistão fazia parte da União Soviética e se tornou independente em 1991. De lá para cá, o país teve que preencher o vazio deixado pelo fim dos subsídios de Moscou para a indústria, saúde e educação e pelo êxodo de centenas de milhares de russos, a elite profissional; crias instituições de Estado e guardar a imensa fronteira e reorganizar a vida diária, até então voltada para Moscou. O Cazaquistão é o.destaque positivo entre as ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, sendo o 13o exportador mundial de petróleo e o maior e mais próspero país da região. A demarcação das fronteiras parece terminada, e o dinheiro do petróleo tem financiado a construção de infraestrutura e melhorado a rede de proteção social. O percentual de pobres caiu de 46,7% para 6,5% em dez anos. O país tem uma política externa com várias frentes: atraiu petroleiras ocidentais e chinesas, aderiu a uma união aduaneira com Rússia e Belarus e se filiou a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa. Além disso, contrata construtoras da Turquia, com quem mantém laços culturais, já que o cazaque é uma língua turca, e busca redes de transporte para diminuir a dependência da Rússia na hora de exportar seu petróleo para a Europa, seu principal cliente. Por outro lado, o Cazaquistão não consegue diversificar sua economia: 90% das exportações são recursos naturais, dos quais 70%, petróleo e derivados. O país está lutando contra a doença holandesa, quando a vantagem comparativa mina outras atividades econômicas, principalmente a manufatura. Outro desafio é a sucessão do onipresente Nursultan Nazarbayev. Sua idade avançada, 72 anos, tem incentivado uma série de especulações sobre quem será o segundo presidente da história cazaque e seu sucessor, dando continuidade ao seu objetivo de tornar o país no principal entroncamento terrestre entre o Ocidente e o Oriente. Eis o Cazaquistão.






domingo, 25 de agosto de 2013

Opinião Política - O Fantasma de Chávez







Na Venezuela, o fantasma de Hugo Chávez ainda continua a assombrar a população, com a herança de crise econômica e social deixada para seu sucessor Nicolás Maduro e a continuidade por parte deste das políticas chavistas que levaram o país ao desastre. Durante seu mandato, Chávez interviu nos países vizinhos ao ser caixa de campanha de todos os candidatos presidenciais da América Latina: Cristina Kirchner na Argentina, Evo Morales na Bolívia, Daniel Ortega na Nicarágua O dinheiro venezuelano chegou a corresponder por 22% do PIB de Cuba. Chávez apoiou ditadores como Alexander Lukashenko e Bashar al Assad e governos párias, manchando a sua imagem perante o cenário internacional. No campo econômico, Chávez acabou com as já incipientes indústria e agricultura venezuelanas. Além disso, Chávez, expropriou empresas privadas e tomou 4 milhões de hectares de proprietários rurais. Chávez confiscou conjuntos residenciais de bom padrão em Caracas e distribuiu as casas para a nomenclatura chavista. Durante seu governo, a classe média encolheu de 30% para 20% da população, tratando-a como inimiga do regime A PDVSA tornou-se um instrumento político do chavismo, cuja renda foi usada para distribuir eletrodomésticos e alimentos em troca de voto e fornecer subsídios a população. Ao promover essas políticas, Chávez deixou efeitos negativos para a população. A taxa de inflação beirou os 29%, a maior taxa da América Latina. O desabastecimento tomou lugar nos mercados do país. A dependência de alimentos importados passou de 50% em 1998 para 70% em 2011. A falta de investimento fez a exploração de petróleo cair. Mas o preço do produto disparou no mercado internacional, garantindo ao governo sua fonte de recursos. A PDVSA usou esse dinheiro para importar alimentos e distribuí-los a preços subsidiados a população, mas nem essa medida se mostrou suficiente para controlar a inflação. Os indicadores sociais e econômicos foram escondidas ou continham falsificações grotescas. Ficou difícil saber a taxa de inflação ou de variação do PIB. Além disso tudo, Chávez destruiu as instituições. Aprovou uma nova Constituição que estendeu o seu mandato para seis anos e lhe permitiu governar por decreto. O poder Judiciário foi tomado, com o esvaziamento de juízes independentes das principais instâncias superiores. O fantasma de Chávez não afeta somente a Venezuela, mas toda a América Latina, uma vez que esses países elegeram presidentes alinhados com as políticas chavistas, e que agora se veem órfãos de seu maior líder e desorientados quanto a seu futuro político. O que será de Morales, Correa e Ortega, sem seu líder espiritual? Só Deus sabe!






sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Opinião Política - Primavera Brasileira








Nestes dias, durante quase três meses ininterruptos as ruas do Brasil inteiro se encheram de manifestações populares jamais vistas desde a redemocratização, em um verdadeiro fato histórico, e que fizeram com que muitos governos perdessem popularidade e temessem a reação da população. Foi um movimento geral organizado pelas redes sociais, sem a participação de partidos políticos, contra a classe política geral, com reinvindicações diversas e que varreu o Brasil de norte a sul, tanto nas capitais quanto no interior. Começaram protestando contra o aumento das tarifas de ônibus, depois contra os custos elevados dos eventos esportivos em meio a pobreza da população, coincidindo com a Copa das Confederações de futebol, a paixão dos brasileiros, e por fim exigindo melhores serviços básicos das autoridades. Tais manifestações fizeram a aprovação da presidente Dilma Rousseff despencar, afetaram os governadores Geraldo Alckmin e Sérgio Cabral e os prefeitos Fernando Haddad e Eduardo Paes, não diferenciou governo e oposição, afetaram os políticos tradicionais, sem distinção de partido e turbinou a candidatura de Marina Silva, vista como uma política diferenciada e nova. A reação das autoridades foi imediata. A presidente Dilma Rousseff propôs uma Assembléia Constituinte e depois um plebiscito sobre a reforma política e criou o programa Mais Médicos. Muitas prefeituras cancelaram o aumento das tarifas de ônibus. Até as tarifas de pedágio foram contempladas. Medidas foram anunciadas para diminuir a pressão popular. A maior parte do movimento foi pacifico e foram poucos os casos de vandalismo e violência, de grupos infiltrados que se aproveitaram da onda. Tais protestos chegaram, inclusive a chamar a atenção da imprensa internacional, com destaque no mundo todo. O povo brasileiro finalmente acordou e foi para as ruas exigir mais cidadania, mais saúde, mais educação e outros serviços básicos, enfim uma democracia representativa de verdade, com instituições que lhes representem de fato. As autoridades que não abram o olho.






terça-feira, 13 de agosto de 2013

Acessibilidade - Home Office e a Pessoa Com Deficiência








Uma nova forma de trabalho vem surgindo no mercado de trabalho com o avanço das novas tecnologias e que promete ajudar bastante a vida da Pessoa Com Deficiência. Trata-se do Home Office, trabalho realizado em casa, via internet. O Home Office é uma forma de trabalho que facilita muito a vida das pessoas em comum e da Pessoa Com Deficiência, uma vez que não há a necessidade de sair todos os dias de casa, não precisa de um acompanhante, não tem as dificuldades de transporte, não há grandes necessidades de adaptação de escritório, economiza dinheiro que seria usado no ônibus e no metrô, as informações podem ser trocadas por e-mail, só precisa ir para a empresa poucas vezes e não ficamos estressados por conta do trânsito e relacionamento no trabalho. Aos poucos o sistema Home Office vem despertando o interesse das empresas, pois com o sistema elas têm as seguintes vantagens: não precisam pagar inúmeros benefícios ao trabalhador, reduzem possíveis gastos com a adaptação dos escritórios, podem se adequar melhor a lei das cotas, economizam com o pessoal que assessora a Pessoa Com Deficiência no escritório como acompanhantes, terapeutas ocupacionais, ajudantes e cuidadores, ganham na produtividade dos funcionários e enfim têm lucros maiores. Deve-se ter em mente alguns cuidados, é claro. O sistema Home Office exige acesso a internet e contas de e-mail, pois é tudo feito online. As vagas de Home Office exigem maior qualificação profissional e ensino superior. Elas se limitam a áreas como pesquisa, design, redação de textos, tradução de textos, jornalismo, blogs, redes sociais, pessoa jurídica, comunicação, marketing, publicidade e call center. No caso de call center entra em cena o teletrabalho, adaptações de terapia ocupacional, projetos de áreas afins e desenvolvimento em novas tecnologias, que no entanto, ainda dão seus primeiros passos.  O sistema Home Office exige disciplina, rotina, concentração, organização, segurança e sigilo, pois em casa podemos nos distrair mais facilmente com problemas domésticos, a televisão e a falta de horários, devemos ter compromisso com os prazos, não estamos no escritório, onde sentimos um clima de rotinas administrativas e ambiente de trabalho e vestimos uniforme, que nos incentivam mais para o serviço, e as informações profissionais podem vazar ou ser invadidas por vírus e hackers. O sistema Home Office se baseia na confiança e vigilância, pois as empresas não possuem controle tão apurado sobre seus dados, como acontece no escritório. Enfim, tomando-se todos os cuidados necessários e considerando que é passível de problemas como qualquer tipo de serviço, o sistema Home Office representa o futuro do mercado de trabalho, o avanço das novas tecnologias, mais economia e produtividade para as empresas e a inclusão social da Pessoa Com Deficiência.