sábado, 7 de janeiro de 2012

Opinião Política - Carta Húngara

A Hungria vive nestes dias a ameaça a democracia e momentos que nos remetem a ascensão do nazismo na Alemanha e do fascismo na Itália. Seu primeiro-ministro, o conservador de direita Viktor Orbam, alterou a Constituição do país, em que foram instituídos artigos que favorecem a permanência e perpetuação no poder por um longo período de tempo de membros de seu partido político, o Fidesz, de extrema direita, prevê o fim da autonomia do Banco Central, tira a independência do poder Judiciário, controla a Suprema Corte e impõe limites a liberdade de imprensa e vem fazendo discursos e provocações que tem desagradado os líderes da União Européia, símbolo dos princípios democráticos. Esse gesto vem provocando manifestações populares protestando contra a nova Constituição aprovada, acusada de ser autoritária. A Hungria está mergulhada numa grave crise econômica, com dívidas no valor de 20 bilhões de florins, a Hungria não adota o euro, o que alimenta ainda mais o seu fascismo. Como reação ao seu gesto autoritário, os líderes da União Européia vem discutindo a adoção de sanções econômicas contra o país, como o congelamento dos subsídios que a Hungria recebe mensalmente de Bruxelas e até sua expulsão da União Européia, uma vez que sua nova Constituição representa uma ameaça a democracia, um pilar fundamental para se fazer parte do bloco econômico, hoje em crise. Ao entrar em vigor a nova Constituição da Hungria, a União Européia e o FMI suspenderam imediatamente as negociações para um resgate da divida húngara, ameaçando uma quebradeira, uma vez que o país quebra se não pagar a dívida, acirrando ainda mais seu discurso fascista. O FMI e o primeiro-ministro voltaram atrás e já decidiram que irão negociar, com medo da quebra. A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota da economia húngara para um nível inferior ao que se classifica como adequado para receber investimentos, por causa da deterioração da situação fiscal da Hungria. A União Européia sofre uma grave crise econômica e nesse quadro nasce governos autoritários e com discurso fascista, o que nos remete a crise vivida pela Europa meio século atrás e que deu origem a Benito Mussolini na Itália, Francisco Franco na Espanha, Antônio Salazar em Portugal e Adolf Hitler na Alemanha.