segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Malvinas Ou Falklands?

Cristina Kirchner decidiu nestes dias retomar o conflito entre Argentina e Reino Unido ocorrido há trinta anos atrás pelo controle das ilhas Malvinas, que fica a 400 quilômetros da costa argentina, diante da descoberta recente de petróleo. Cristina Kirchner fez declarações em reuniões reivindicando a soberania argentina sobre as ilhas Malvinas ou Falklands, lembrando tempos do regime militar, fez com que o Mercosul criasse um acordo que impõe barreiras para o atracamento de navios de bandeira inglesa advindas da ilha no continente, fez pedidos na ONU para reconhecer a soberania argentina, ressuscitou o populismo e o nacionalismo argentino referente ao tema e vem comprando briga com o governo do Reino Unido, com troca de farpas. Por parte do Reino Unido, teve a visita do príncipe William a ilha, reforçando a soberania inglesa sobre as ilhas, o envio de tropas militares para a região e os constantes exercícios militares realizados nestes dias de tensão. Vale lembrar que há trinta anos o regime militar argentino querendo ofuscar a crise institucional em que vivia e buscando se fortalecer diante da opinião pública, invadiu e ocupou as ilhas Malvinas, inflamando o discurso nacionalista e patriota na população argentina. Diante dessa agressão, o governo do Reino Unido sob Margareth Tatcher atacou as posições argentinas na ilha, estas sucateadas e cambaleantes, caindo aos pedaços, com forças profissionais, com o apoio dos Estados Unidos, fazendo o governo argentino recuar em apenas poucas semanas de ataques ingleses, impondo uma derrota humilhante ao governo argentino, aprofundando ainda mais a crise a que a população argentina estava mergulhada, e apressando os fatos que culminaram no fim do regime militar argentino. Vale lembrar que as ilhas Malvinas eram inabitadas até o século XVII, passando por mãos holandesas, francesas, espanholas e inglesas. Hoje as ilhas Malvinas ou Falklands é composta em sua maioria por uma população de língua inglesa, que deseja continuar sob a soberania inglesa, que nem sonha em ter a soberania argentina e tem ótimos níveis de desenvolvimento dessa maneira. Cristina Kirchner retomou o debate sobre a soberania argentina sobre as ilhas Malvinas ou Falkland em vista do populismo em voga em seu governo e em toda a América Latina nestes dias, visa apenas ganhar força com a população e seguir os mesmos rumos trilhados pelo venezuelano Hugo Chávez, de autoritarismo e puro populismo.