quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Opinião Política - Brasil de 2012









As eleições municipais de 2012 foram marcadas pela renovação dos quadros políticos e pelo equilíbrio e diversidade das forças políticas, em que praticamente todos os partidos políticos conquistaram espaço político sem a formação de uma força hegemônica forte. Em São Paulo, a renovação se revelou nas candidaturas de Celso Russomano do PRB, representante do malufismo, que liderou as pesquisas do 1o turno, de Gabriel Chalita do PMDB, órfão de Orestes Quércia, e Fernando Haddad do PT, que decidiu inovar com seu nome, preterindo os já tradicionais Marta Suplicy e Aloizio Mercadante, escolhido a dedo por Lula, total desconhecido da população paulista e o grande vitorioso do pleito, derrotando o veterano e experiente José Serra do PSDB. A surpreendente derrota de José Serra e a zebra que foi a perda do PSDB de São Paulo para o PT de Lula se deveu ao desgaste do nome de José Serra, que impediu a renovação do PSDB em suas prévias e que escolheria Andrea Matarazzo como candidato, a sua enorme rejeição beirando a casa dos 50%, a má avaliação da gestão de Gilberto Kassab, seu afiliado, que apresentou um índice de 42% de ruim e péssimo, apesar de fazer uma boa administração, a temores de que José Serra abandonaria o cargo daqui dois anos para se candidatar a presidente e governador e devido principalmente ao discurso de renovação adotado por Fernando Haddad do PT. A derrota de José Serra em São Paulo foi estranha, pois Fernando Haddad foi um ministro da educação medíocre e marcado pelas falhas do ENEM, enquanto José Serra foi o melhor ministro da Saúde do Brasil, foi bom prefeito, foi bom governador e contou com o apoio do governador Geraldo Alckmin e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e São Paulo rejeitava o PT, sob o julgamento do mensalão, sendo a derrota de São Paulo o fim definitivo da carreira política de José Serra, já com idade avançada, a consolidação da candidatura de Aécio Neves para presidente pelo PSDB em 2014 e a necessidade de um nome novo do partido em São Paulo. Em Belo Horizonte, Márcio Lacerda do PSB apoiado pelo senador Aécio Neves derrotou Patrus Ananias do PT, apoiado por Lula e Dilma Rousseff. A oposição saiu mais aliviada do pleito, com a conquista de Salvador por ACM Neto do DEM, a conquista de Manaus por Artur Virgílio, do PSDB, desafeto de Lula e as conquistas do PSDB nas capitais nordestinas, Teresina e Maceió, reduto do PT. O aliado PSB de Eduardo Campos rompeu com o PT em Belo Horizonte, Recife e Fortaleza, elegeu prefeitos em Belo Horizonte, Recife e Fortaleza surgindo rumores de rompimento da aliança entre PT e PSB para 2014. No Rio de Janeiro, Eduardo Paes do PMDB foi reeleito, em Curitiba venceu Gustavo Fruet do PDT, em Porto Alegre José Fortunati venceu, e em Vitória venceu Luciano Rezende do PPS, revelando o equilíbrio das forças politicas. O PSOL conquistou sua primeira capital desde a sua criação, vencendo em Macapá. O PSD de Gilberto Kassab conseguiu vencer em Florianópolis. Assim, no balanço geral PT, PSDB, PMDB e PSB elegeram o maior número de prefeitos, sendo o PSB o grande vitorioso, angariando capital político a Eduardo Campos. Em São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab dá sinais de aproximação com o prefeito eleito Fernando Haddad e de incorporação ao governo Dilma Rousseff do PT, inclusive com sua possível indicação a ministro. O PT se tornou uma força hegemônica ao conquistar São Paulo, além do Brasil, faltando-lhe apenas o governo de São Paulo de Geraldo Alckmin, único bastião da Oposição, vindo com força para essa conquista que pode ficar a cargo de Luís Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo, Alexandre Padilha, ministro da Saúde, Marta Suplicy, ministra da Cultura e Aloizio Mercadante, ministro da Educação. A partir das eleições municipais, Dilma Rousseff do PT, Aécio Neves do PSDB e Eduardo Campos do PSB surgem como os principais nomes para assumir o Palácio do Planalto em 2014. Veremos.