sábado, 1 de junho de 2013

Opinião Política - Aliança do Pacífico Bate Mercosul







A Aliança do Pacífico, bloco novo da América Latina formado por Chile, Colômbia, México e Peru, com viés liberal e apoiado pelos Estados Unidos, conseguiu desbancar o Mercosul, servindo como contraponto ao bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela, de viés mais integracionista e apoiado pelos bolivarianos. Completando um ano de existência em junho e com um PIB de 35% do total latino-americano e crescimento que supera os vizinhos do Mercosul, a Aliança do Pacífico dividiu a região e já se fala de uma possível alternativa pró-mercado no continente. O Mercosul teve sua imagem fragilizada por decisões políticas recentes, como a suspensão do Paraguai, e pela lentidão em fechar um acordo de livre comércio com a União Européia. Foi afetado pelo protecionismo da Argentina, com a taxação das importações brasileiras para proteger a indústria nacional, a entrada da Venezuela no bloco e a influência dos bolivarianos, trazendo a politização do bloco. Aponta-se o papel pouco ativo do Brasil e do bloco do sul. O Brasil não conseguiu exercer uma liderança capaz de impedir a fragmentação da América do Sul e os países do Mercosul não se esforçaram por acordos comerciais e muito menos avançaram na direção de formar um verdadeiro bloco integrado. Em 2011, os países da Aliança do Pacífico já exportavam 10% a mais bens e serviços que os do Mercosul. O crescimento em 2012 entre os integrantes da Aliança do Pacífico foi de 4,9% em média e os do Mercosul foi de 2,2% . A Aliança do Pacífico já atraiu França, Espanha e Portugal como observadores, enquanto as negociações de acordo entre Mercosul e União Européia se desenrolam lentamente após mais de uma década de discussões. A Aliança do Pacífico têm uma população de 209 milhões e PIB de US$ 2 trilhões, próxima aos 198 milhões de habitantes e US$ 2,4 trilhões de PIB do Brasil, sendo o tamanho de seus mercados próximos. Para atrair investimentos, a Aliança do Pacífico é muito mais atraente porque tem o tamanho do Brasil, mas cresce mais rápido e tem mais qualidade política, com inflação baixa e economias menos fechadas. A Aliança do Pacífico surge como contraponto ao Mercosul na América Latina e isso pode representar benefícios para a integração regional, mas sob a ótica liberal.