quinta-feira, 10 de maio de 2012

Opinião Política - Mitos Sobre a China





O pensamento de esquerda moderno gosta de exaltar a China, como a grande vencedora da globalização, por justamente impor restrições ao processo, como o símbolo da resistência as potências ocidentais, a economia que mais cresce no mundo e um exemplo de desenvolvimento a ser seguido. Esquecem que essa tese apresenta inúmeras restrições. A China é uma ditadura, que viola os direitos humanos, controla a sociedade com mãos de ferro, não tem sistema jurídico, onde a arbitrariedade prevalece, reprime manifestações, inclusive com tanques de guerra, censura a imprensa, persegue opositores e mantém prisões políticas medonhas, onde a tortura ainda é usada. Tanto que muitos chineses têm o sonho de deixar a China para viver nos Estados Unidos, como o ativista e dissidente chinês cego Chen Guangcheng, que pediu para se mudar, pois ele e sua família corriam risco na China. Na China, a falta de liberdade de imprensa afeta até jornalistas estrangeiros, que têm que pedir autorização ao governo chinês para filmar partes do país e que podem ser expulsos do país, como se viu no caso da expulsão da jornalista da TV Al Jazeera, Melissa Chan. A internet é fortemente controlada pelo governo, tanto que o Google, o maior site da internet do mundo decidiu deixar o país, em vista de restrições e censuras impostas pelo governo chinês a seus serviços. Muitos gostam de exaltar o fato de a China ter ultrapassado o Japão no ranking das maiores economias do mundo, se tornando a China a segunda e o Japão a terceira economia mundial, e o extraordinário crescimento econômico chinês, exaltando-se as glórias do capitalismo chinês e falando-se na China como potência de primeira classe. Vale lembrar que o Japão é uma grande potência e expoente do capitalismo desde o século XIX com a Revolução Meiji, passando pela Segunda Guerra Mundial e permanece assim até os dias de hoje, enquanto a China só agora, a partir da década de 80, emergiu como grande potência. Isso se deu porque a China abriu sua economia para as empresas estrangeiras e para os investimentos internacionais, mas essa abertura ainda não foi completa, uma vez que o governo chinês ainda impõe restrições a suas atividades, tornando-as obscuras e pouco transparentes. Além disso, a China passou a investir pesado na educação, se adaptando a globalização, entrando na era do conhecimento, abandonando de vez a era da Revolução Cultural de seu velho líder Mao Tsé-Tung. Sim, o desenvolvimento real da China se deu na era de Deng Xiaoping, que assumiu após a morte em 1976 do sanguinário Mao Tsé-Tung, líder da desastrosa Revolução Cultural, cujos ensinamentos ainda são seguidos pela população chinesa, cujo retrato está presente em todo o país e cuja figura ainda desperta paixões, num sinal do atraso e da ignorância da China. Sobre a China ouve-se constantemente, quase que diariamente, notícias sobre explosões de minas de carvão, num sinal dos sérios problemas da China, lembrando de forma muito distante a explosão nuclear da usina de Chernobyl, na ex-União Soviética. A pobreza e a miséria ainda atingem grande parte da população chinesa, tanto que o governo faz questão de escondê-las, impedindo seu acesso pela mídia internacional. Esses são reflexos do socialismo chinês, que apesar de não existir mais e ter se adaptado ao mercado, ainda está presente na sociedade e na bandeira chinesas. A China hoje em dia é uma das grandes estrelas do cenário internacional, com um crescimento vigoroso e a grande promessa do futuro, mas para continuar nesse ritmo precisa continuar investindo pesado em educação e abandonar de uma vez por todas seu socialismo, sua ditadura e seu eterno líder Mao Tsé-Tung, símbolos bizarros e símbolos do atraso chinês.