domingo, 30 de setembro de 2012

Opinião Política - Radicalismo do Islã







Nestes dias, o mundo árabe viu a eclosão de novos e violentos protestos, porém, em um processo inverso da Primavera Árabe e contra alvos norte-americanos. Ataques a embaixadas, lançamento de coquetéis molotov e bombas, depredação de prédios, passeatas de rua, gritos de guerra, queima de bandeiras e bonecos, quebra-quebra e cenas de violência foram vistas nas multidões de seguidores do Islã. Trata-se de protestos contra a exibição do filme Inocência dos Muçulmanos que retrata o profeta Maomé como pedófilo e sanguinário e considerado uma ofensa e uma provocação pelos muçulmanos. Esses protestos atingiram 20 países como Líbia, Egito, Nigéria, Paquistão, Líbano. Tunísia, Afeganistão, Irã, Índia, Síria, Marrocos, Sudão, Israel, Indonésia, Iraque, Bangladesh, Iêmen, Qatar, Jordânia e os territórios palestinos. Além disso, já provocaram a morte de 50 pessoas e um ataque contra a embaixada dos Estados Unidos em Benghazi na Líbia, que matou seu embaixador. A França, depois que um semanário publicou charges retratando o profeta consideradas ofensivas e, em consequência disso, aumentou ainda mais a polêmica, anunciou o fechamento de representações em 20 países e o aumento de medidas de segurança. O Talebã, a Al Qaeda e o Hesbolah, grupos terroristas e fundamentalistas islâmicos, prometeram vingança contra os norte-americanos por conta da publicação do filme. Um ministro paquistanês ofereceu uma recompensa de US$ 100 mil pela morte do diretor do filme. O diretor do filme Nakula Basseley Nakula havia sido condenado em 2010 por fraude bancária e foi preso por violar as condições de sua liberdade condicional. O presidente Barack Obama classificou o filme como asqueroso e defendeu a liberdade de expressão. O mundo árabe viu o renascimento do fundamentalismo islâmico e do antiamericanismo em um processo inverso a luta pela democracia e liberdade presentes na Primavera Árabe e viu o uso da desculpa em ofender a religião como forma de ameaçar a liberdade de expressão. Isso tudo nos mostra a existência de um choque cultural entre o Ocidente e o Mundo Árabe e do que a ignorância e o subdesenvolvimento podem fazer com as pessoas.