quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Opinião Política - Tempestade no Iraque







Os Estados Unidos recentemente retiraram as suas tropas do Iraque, pondo fim a um conflito que já durou nove anos. Vale lembrar que a guerra do Iraque teve início em 2003, quando o presidente George W. Bush acusava o regime da Saddam Hussein de desenvolver secretamente armas de destruição em massa e de apoiar a rede terrorista Al Qaeda, de Osama Bin Laden, constituindo o Iraque, o Irã e a Coréia do Norte no Eixo do Mal, dois anos depois dos atentados terroristas ao World Trade Center e ao Pentágono e logo após a guerra do Afeganistão. Na época a guerra ocorreu sem o aval da ONU, com os protestos da Europa, em especial da Alemanha, sob fortes manifestações nos Estados Unidos e no mundo todo contra a invasão norte-americana ao Iraque e sob a acusação de que os Estados Unidos estavam de olho nos poços de petróleo iraquianos. Os Estados Unidos de George W. Bush tiveram o apoio e a ajuda do Reino Unido de Tony Blair. Em duas semanas de conflito houve a queda do regime de Saddam Hussein, dando lugar a um cenário de caos e guerras sectárias entre diversas facções. No fim de 2003, Saddam Hussein é encontrado pelas tropas norte-americanas escondido em um buraco e logo é enforcado. Logo começa uma fase marcada por conflitos sectários e ataques de grupos insurgentes contra a ocupação norte-americana, chegando os Estados Unidos, em 2007, no auge destes conflitos, a terem mais de 170 mil soldados espalhados por 55 bases através do território iraquiano, deixando um saldo de pelo menos 119 mil mortes, sendo 4.500 mortes de soldados norte-americanos e 100 mil mortes de iraquianos, a maioria civis, sem nenhum envolvimento nos conflitos, um custo de US$ 800 bilhões de dólares aos cofres norte-americanos, cenas de sangue e violência, cenas de caixões de soldados norte-americanos mortos estampadas nos jornais, desconfianças do Mundo Árabe e no fim foi descoberto que a acusação de George W. Bush de que o regime de Saddam Hussein desenvolvia armas de destruição em massa era falsa. Em meio ao conflito, foram divulgadas fotos chocantes e escandalosas de abusos, humilhações e torturas cometidos por soldados norte-americanos contra prisioneiros iraquianos na prisão de Abu Ghraib, chocando o mundo. Com a guerra do Iraque e seus efeitos houve a perda de prestígio do primeiro-ministro britânico Tony Blair e que culminou no fim de sua carreira política no Reino Unido. Nos Estados Unidos, George W. Bush perde a popularidade e o prestígio, tanto que durante as eleições de 2008, os Republicanos perdem para os Democratas e Barack Obama, que durante a campanha eleitoral prometeu a retirada das tropas norte-americanas do Iraque, é eleito presidente dos Estados Unidos, tornando-se o primeiro negro eleito para o cargo de homem mais poderoso do mundo. Assim, a saída das tropas norte-americanas do Iraque se deu sob uma cerimônia em Bagdá, na qual a bandeira dos Estados Unidos foi descida e encaixotada na presença do secretário de Defesa, dentro do prazo acertado entre Washington e Bagdá, com a permanência de 150 militares norte-americanos responsáveis pela segurança da embaixada dos Estados Unidos e pela coordenação com as forças de segurança iraquianas, com um Iraque economicamente devastado e sujeito a ataques de grupos armados e sob a névoa da guerra.








Nenhum comentário:

Postar um comentário