O Mundo Árabe foi sacudido nesses dias por intensos protestos pedindo mudanças no regime político. Da Tunísia, onde seu presidente foi deposto, esses protestos se espalharam para o Egito, o Iêmen, a Jordânia, a Argélia, a Mauritânia e Omã. Analisando-se bem a situação interna desses países, nos defrontamos com um fator diferenciado. Ao contrário de países como o Irã e a Síria, esses países junto com Turquia, Arábia Saudita e outros mantêm boas relações com Israel, recebem investimentos norte-americanos, apóiam os Estados Unidos, combatem o fundamentalismo islâmico e são regimes moderados. Ora, mas esses fatores não deixam de caracterizá-los como totalitarismo, uma vez que não têm democracia, suas eleições são fraudulentas, mantêm líderes no poder há décadas, a oposição sofre perseguição política, a mídia, a internet, a imprensa e os jornais são controlados a mão-de-ferro pelo governo, não há liberdade de expressão, de pensamento e de reunião, têm muita corrupção e os direitos humanos são desrespeitados. O Ocidente e os Estados Unidos, principalmente, têm vivido um dilema, pois eles pregam a democracia, mas diante de interesses no combate ao terrorismo, eles se calam diante de ditaduras aliadas. Esses protestos demonstram que a população do Mundo Árabe já esta cansada desses governos e querem mudanças e reformas políticas, econômicas e sociais e, nesse caso atinge tanto os regimes que apóiam e financiam o terrorismo (Irã e Síria) quanto aqueles que o combatem (Egito, Turquia, Tunísia, Argélia, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Arábia Saudita, Omã, Iêmen, Paquistão e Jordânia). Esses protestos podem representar um importante passo no processo de democratização no Mundo Árabe, região que ainda engatinha no sistema político e que precisa aprender com o Ocidente.