Na Venezuela, o fantasma de Hugo
Chávez ainda continua a assombrar a população, com a herança de crise econômica
e social deixada para seu sucessor Nicolás Maduro e a continuidade por parte
deste das políticas chavistas que levaram o país ao desastre. Durante seu
mandato, Chávez interviu nos países vizinhos ao ser caixa de campanha de todos
os candidatos presidenciais da América Latina: Cristina Kirchner na Argentina,
Evo Morales na Bolívia, Daniel Ortega na Nicarágua O dinheiro venezuelano chegou
a corresponder por 22% do PIB de Cuba. Chávez apoiou ditadores como Alexander
Lukashenko e Bashar al Assad e governos párias, manchando a sua imagem perante
o cenário internacional. No campo econômico, Chávez acabou com as já
incipientes indústria e agricultura venezuelanas. Além disso, Chávez, expropriou
empresas privadas e tomou 4 milhões de hectares de proprietários rurais. Chávez
confiscou conjuntos residenciais de bom padrão em Caracas e distribuiu as casas
para a nomenclatura chavista. Durante seu governo, a classe média encolheu de
30% para 20% da população, tratando-a como inimiga do regime A PDVSA tornou-se
um instrumento político do chavismo, cuja renda foi usada para distribuir
eletrodomésticos e alimentos em troca de voto e fornecer subsídios a população.
Ao promover essas políticas, Chávez deixou efeitos negativos para a população. A
taxa de inflação beirou os 29%, a maior taxa da América Latina. O
desabastecimento tomou lugar nos mercados do país. A dependência de alimentos
importados passou de 50% em 1998 para 70% em 2011. A falta de investimento fez
a exploração de petróleo cair. Mas o preço do produto disparou no mercado
internacional, garantindo ao governo sua fonte de recursos. A PDVSA usou esse
dinheiro para importar alimentos e distribuí-los a preços subsidiados a
população, mas nem essa medida se mostrou suficiente para controlar a inflação.
Os indicadores sociais e econômicos foram escondidas ou continham falsificações
grotescas. Ficou difícil saber a taxa de inflação ou de variação do PIB. Além
disso tudo, Chávez destruiu as instituições. Aprovou uma nova Constituição que
estendeu o seu mandato para seis anos e lhe permitiu governar por decreto. O
poder Judiciário foi tomado, com o esvaziamento de juízes independentes das principais
instâncias superiores. O fantasma de Chávez não afeta somente a Venezuela, mas
toda a América Latina, uma vez que esses países elegeram presidentes alinhados
com as políticas chavistas, e que agora se veem órfãos de seu maior líder e
desorientados quanto a seu futuro político. O que será de Morales, Correa e
Ortega, sem seu líder espiritual? Só Deus sabe!