quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Opinião Política - Santos do MPLA






Angola é um país da África que fala a língua portuguesa e é um dos países que mais crescem no mundo nos dias de hoje. No dia 31 de agosto elegeu para mais um mandato o presidente José Eduardo dos Santos, desde 1979 no poder pelo MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), com 70% dos votos, em um processo de cartas marcadas, que contou inclusive com a ajuda de João Santana, marqueteiro do PT. Vale lembrar que José Eduardo dos Santos e o seu MPLA exercem o controle absoluto de Angola, como se fossem donos do país, sendo a eleição apenas uma mera formalidade, para dar a vitória eleitoral um caráter de legitimidade para controlar e contornar a pressão popular cada vez mais crescente e críticas ao governo, organizada por jovens angolanos com menos de 20 anos e que não têm a memória da guerra civil que assolou o país entre os anos 1975 e 2002, usada pelo governo para impedir uma eventual primavera. O governo de José Manuel dos Santos, desde o fim da guerra civil, investiu num amplo programa de reconstrução e para tirar milhões de angolanos da miséria, utilizando a riqueza do petróleo, sendo Angola o segundo maior produtor da África. A China é o principal motor desse projeto e desbancou os Estados Unidos na disputa pela influência do país, uma vez que apoiaram durante a guerra civil a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) contra o MPLA, sob a órbita soviética na Guerra Fria. Além disso, a China não participou do conflito interno, não faz cobranças em matéria de direitos humanos e se adaptou ao ambiente de corrupção generalizada que impera em Angola. O que se viu em Angola nestes anos foi um milagre econômico com crescimento econômico espetacular a taxa média de 12,5% ao ano desde 2003. Angola é um dos países que mais recebem investimentos externos do Brasil desde o governo Lula, que nos últimos cinco anos obteve do BNDES empréstimos de US$ 3,2 bilhões para financiar obras de empresas brasileiras, e outra linha de crédito, de US$ 2 bilhões, já aprovada. Em 2011, o país só perdeu para a Argentina como maior destino dos empréstimos internacionais do BNDES. Como Angola é um dos principais atores estratégicos da África e é um parceiro disputado por Brasil, China e Estados Unidos, além de Portugal, o processo eleitoral no país foi de suma importância para manter esses interesses. A vitória de José Manuel dos Santos garantiu essas expectativas, mas decepcionou aqueles que sonham com a democracia, que não é o caso do PT.