Dilma Rousseff recentemente fez uma viagem para Cuba, onde anunciou novos investimentos brasileiros na ilha, visitou Fidel Castro e desfez toda a sua imagem construída até agora de defensora dos direitos humanos, num gesto polêmico. Dilma Rousseff não condenou as violações dos direitos humanos cometidas pelos irmãos Castro, relativizou a questão afirmando que em todo lugar do mundo eles são desrespeitados, não visitou dissidentes cubanos e criticou os Estados Unidos que mantêm a base de Guantánamo em Cuba, onde suspeitos de terrorismo são presos de forma arbitrária. Gesto que foi criticado por ONGs de direitos humanos e que desfez o mito criado por Dilma Rousseff de defensora dos direitos humanos, agindo como o ex-presidente Lula quando comparou prisioneiros políticos cubanos a bandidos comuns e lembrando tempos de militância no PT, isso sem contar o fato de a presidente ter sido torturada durante o regime militar. Além disso, a viagem teve direito a visita ao combalido ditador há meio século no poder Fidel Castro e foram anunciados novos investimentos brasileiros, dando um reforço ao falido regime de Raul Castro, lembrando tempos em que a União Soviética sustentava o débil regime de Cuba. Como se sabe Cuba só existe porque Raul Castro vem fazendo reformas no regime cubano que incluem a demissão de funcionários públicos, o corte gradual de subsídios a setores como alimentos e energia elétrica, a permissão para comercializar imóveis e carros, a facilitação de viagens ao exterior e a redução do tempo do mandato dos dirigentes, estimulando a economia e seguindo os caminhos trilhados pela China. Mas a sociedade cubana ainda convive com racionamentos, veículos antigos, sucateamento da indústria, casas caindo aos pedaços, internet fortemente controlada, sentimento de que se perdeu no tempo, perseguição política, burocracia, corrupção, repressão, falta de liberdade de imprensa, falta de liberdade de expressão, prisões políticas e muita propaganda, inclusive de Che Guevara. A visita e o gesto de Dilma Rousseff serviram como um balde de água fria para aqueles que esperavam novos tempos em relação a gestão de Luis Inácio Lula da Silva e para aqueles que sonharam com o fato de a presidente ter sido torturada durante o regime militar pudesse fazer dela uma defensora dos direitos humanos, e representou a volta as suas origens como militante do PT e guerrilheira. Um PT que condena as ações da policia militar na USP, na Cracolândia e em Pinheirinho, argumentando abusos de direitos humanos, e se cala diante dos abusos cometidos por Fidel Castro e Raul Castro em Cuba, em nome do socialismo.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Opinião Política - Passagem Para Cuba
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