A Europa tem vivido dias turbulentos recentemente que culminaram nas quedas e derrotas dos governos da Itália, a terceira maior economia da União Européia, da Grécia e da Espanha. Na Itália, o primeiro-ministro Silvio Berlusconi renunciou ao governo e em seu lugar foi nomeado o técnico Mario Monti. Na Grécia, o primeiro-ministro George Papandreou renunciou ao governo e em seu lugar foi nomeado Lucas Papademos. Na Espanha, em suas eleições parlamentares, o partido governista PSOE de esquerda com Alfredo Rubalcaba foi derrotado pelo partido oposicionista PP de direita com Mariano Rajoy. Todos eles anunciaram logo no início que vão tomar medidas impopulares, duras e rigorosas para combater o déficit fiscal, com medidas de austeridade fiscal, como o congelamento dos salários, reajustes na idade de aposentadoria, corte do funcionalismo, privatizações, corte de gastos. A crise ameaça afetar a França, a Alemanha e a Holanda e, além disso, surgiram rumores de que algumas agências de classificação de risco estudam a possibilidade de rebaixar as notas de 16 países da União Européia, agravando mais ainda a crise. Com o temor de que a União Européia entre em declínio, os governos europeus decidiram criar um acordo europeu que prevê maior controle sobre as contas públicas e punição automática para quem não controlar o déficit e a dívida. No entanto, o acordo foi rejeitado pelo Reino Unido, integrante da União Européia, mas que não adota o euro como moeda, assim como a Suécia e a Dinamarca, tendo a libra esterlina como moeda nacional, pondo mais incertezas no cenário europeu.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Opinião Política - Primavera Árabe Segue Quente
Novos abalos tiveram lugar no Mundo Árabe recentemente com o assassinato do líbio Muamar Kadafi, a renúncia do iemenita Ali Abdullah Saleh e a renúncia do governo militar do Egito. Na Líbia, Muamar Kadafi foi encontrado pela população líbia escondido em um buraco e logo foi capturado e assassinado, tendo seu corpo sido arrastado nas ruas, refletindo o descontentamento popular com a tirania, a brutalidade e a crueldade de seu regime, fazendo o mundo se ver livre de mais um ditador sanguinário. No Iêmen, os protestos e manifestações exigindo democracia e reformas políticas se intensificaram tanto, ate que o presidente Ali Abdullah Saleh decidiu renunciar ao poder. No Egito, os protestos e manifestações que derrubaram o ditador Hosni Mubarak voltaram a tomar as ruas do país, desta vez exigindo a renúncia da Junta Militar que passou a ocupar o poder deixado por Hosni Mubarak e a governar o Egito, mas que não promoveu nenhuma reforma política concreta e efetiva, não alterou a cúpula do poder e mantiveram as mesmas estruturas de poder deixadas por Hosni Mubarak, culminando na renúncia da Junta Militar e na promessa de entrega do poder aos civis. Na Síria do ditador Bashar Al Assad, a repressão aos protestos e manifestações exigindo democracia segue forte, intensa, brutal, violenta e sanguinária, com o assassinato de mais cinco mil pessoas, consistindo em genocídio, abuso e violação dos direitos humanos, gerando sanções econômicas, críticas internacionais e o seu isolamento da comunidade internacional e provocando a ameaça por parte das potências ocidentais de intervenção militar em território sírio. Assim, a Primavera Árabe segue quente, firme e forte, trazendo bons ventos e sinalizando um sol no horizonte, uma luz no fim do túnel.