Em toda a Europa tem havido inúmeros protestos, manifestações, cenas de violência, derrotas eleitorais e quedas de governo, lembrando cenas vistas no mundo árabe. Essa crise de natureza política e econômica já afetou Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália, Grã-Bretanha, França e Alemanha em maior e menor grau. Na Grécia tem havido protestos e o seu primeiro-ministro, o socialista George Papandreon, anunciou mudanças no governo. Na Irlanda e em Portugal houve mudanças e quedas de governo, com a escolha do irlandês Enda Kenny do Fine Gael em detrimento do Fianna Fail e do liberal de centro-direita português Pedro Passos Coelho em detrimento do socialista José Sócrates como primeiro-ministro. Na Espanha e na Itália houve derrotas eleitorais do governo, com a derrota nas eleições regionais espanholas dos socialistas liderados pelo primeiro-ministro José Luíz Rodriguez Zapatero e com a derrota no referendo de propostas do governo do primeiro-ministro direitista Silvio Berlusconi. Na Grã-Bretanha, França e Alemanha tem sido anunciadas pelos respectivos governos medidas impopulares. Grécia, Irlanda e Portugal aumentaram suas dívidas e quebraram e foram obrigados a pedir empréstimos ao FMI e a União Européia, que exigem como contrapartida para conceder esses empréstimos o combate ao déficit público, a contenção dos gastos, austeridade fiscal, as privatizações de estatais, a redução do gasto público, a redução de impostos, o congelamento de salários, gerando inúmeros protestos. Trata-se da segunda etapa da crise econômica iniciada em 2008, na qual a liberalização dos bancos fez com que houvesse o boom do mercado imobiliário, baseado na especulação financeira, e que o aumento dos juros fez os bancos quebrarem, fazendo com que os governos lançassem pacotes de ajuda financeira para socorrê-los e estimular suas economias, elevando seus déficits e suas dívidas. Além disso, o conflito na Líbia fez com que crescesse de forma exponencial o fluxo de imigrantes africanos, principalmente líbios para a Europa, como forma de vingança do ditador Muamar Kadafi aos bombardeios da OTAN, uma vez que este decidiu não restringir a imigração, acirrando ainda mais a crise. Soma-se a isso uma crise geral do sistema e dos valores, um descontentamento em relação a economia e a classe política, levando muitos a protestar pedindo melhores condições de vida e democracia de verdade. Enfim, a Europa vive processos semelhantes ao que vive o Mundo Árabe, eis a Primavera Européia.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Opinião Política - A Primavera Européia
Em toda a Europa tem havido inúmeros protestos, manifestações, cenas de violência, derrotas eleitorais e quedas de governo, lembrando cenas vistas no mundo árabe. Essa crise de natureza política e econômica já afetou Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália, Grã-Bretanha, França e Alemanha em maior e menor grau. Na Grécia tem havido protestos e o seu primeiro-ministro, o socialista George Papandreon, anunciou mudanças no governo. Na Irlanda e em Portugal houve mudanças e quedas de governo, com a escolha do irlandês Enda Kenny do Fine Gael em detrimento do Fianna Fail e do liberal de centro-direita português Pedro Passos Coelho em detrimento do socialista José Sócrates como primeiro-ministro. Na Espanha e na Itália houve derrotas eleitorais do governo, com a derrota nas eleições regionais espanholas dos socialistas liderados pelo primeiro-ministro José Luíz Rodriguez Zapatero e com a derrota no referendo de propostas do governo do primeiro-ministro direitista Silvio Berlusconi. Na Grã-Bretanha, França e Alemanha tem sido anunciadas pelos respectivos governos medidas impopulares. Grécia, Irlanda e Portugal aumentaram suas dívidas e quebraram e foram obrigados a pedir empréstimos ao FMI e a União Européia, que exigem como contrapartida para conceder esses empréstimos o combate ao déficit público, a contenção dos gastos, austeridade fiscal, as privatizações de estatais, a redução do gasto público, a redução de impostos, o congelamento de salários, gerando inúmeros protestos. Trata-se da segunda etapa da crise econômica iniciada em 2008, na qual a liberalização dos bancos fez com que houvesse o boom do mercado imobiliário, baseado na especulação financeira, e que o aumento dos juros fez os bancos quebrarem, fazendo com que os governos lançassem pacotes de ajuda financeira para socorrê-los e estimular suas economias, elevando seus déficits e suas dívidas. Além disso, o conflito na Líbia fez com que crescesse de forma exponencial o fluxo de imigrantes africanos, principalmente líbios para a Europa, como forma de vingança do ditador Muamar Kadafi aos bombardeios da OTAN, uma vez que este decidiu não restringir a imigração, acirrando ainda mais a crise. Soma-se a isso uma crise geral do sistema e dos valores, um descontentamento em relação a economia e a classe política, levando muitos a protestar pedindo melhores condições de vida e democracia de verdade. Enfim, a Europa vive processos semelhantes ao que vive o Mundo Árabe, eis a Primavera Européia.
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