Nestes dias ocorreram eleições regionais na
Catalunha e a aprovação de uma consulta pública sobre sua independência,
abrindo caminho para as discussões sobre sua independência em relação a
Espanha, lembrando que o país já enfrenta discussões sobre a independência de
outra região, o País Basco. O sentimento separatista ganhou força de forma
súbita com a crise econômica pela qual a Europa vive neste momento, ressurgiu
de forma inesperada e teve início depois que milhares de catalães saíram as
ruas apoiados pelo governo local e com a aprovação de seu Parlamento de uma
consulta pública sobre o tema. Como se sabe, a Catalunha é uma comunidade
autônoma, com capital em Barcelona e cujo idioma é o catalão e tinha a
reinvindicação histórica de independência de certa forma enterrada. A Catalunha
é a região que mais contribui com o PIB espanhol, cerca de 18%, tem o maior PIB
entre as regiões espanholas, de € 210 bilhões,
é uma das cinco regiões mais industrializadas
da Europa, lá estão 60% das empresas dos Estados Unidos e da França com
sede na Espanha, além das grandes montadoras, como Volkswagen, Nissan, Renault,
Siemens, Sony e Microsoft e é a região mais endividada da Espanha, com rombo
que já soma € 41 bilhões e um déficit de 3,9% e que depois da crise pela qual
vivem a Espanha e a Europa se viu com mais poder de barganha. Além da
Catalunha, a Espanha enfrenta movimentos em favor da independência de outra região,
o Pais Basco. O País Basco é uma região onde vivem os bascos, que abrange a
Espanha e a França, que tem cultura própria, sobretudo seu idioma, o euskera, que
em 1978 conquistou alto grau de autonomia do governo espanhol e que possui
movimentos separatistas. O ETA (Euskadi Ta Askatasuna) é um grupo terrorista, criado
em 1959, que luta pela independência do País Basco, que cometeu inúmeros atentados
terroristas na Espanha, deixando um saldo de 800 mortes. Durante a ditadura franquista
contou com o apoio da população e apoio internacional por lutar contra o regime
e com a redemocratização e devido aos seus atentados e sua violência, combatidos
por forte pressão policial por parte do governo espanhol, se viu enfraquecido.
Em 2011, o grupo emitiu um comunicado anunciando o final definitivo de toda e
qualquer atividade, após 51 anos de violência. A Espanha em crise hoje vê
surgir de forma súbita o recrudescimento do movimento de independência da
Catalunha e agora convive também com o movimento de independência do País
Basco. Eis o diagrama espanhol.