sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Opinião Política - Primavera Brasileira








Nestes dias, durante quase três meses ininterruptos as ruas do Brasil inteiro se encheram de manifestações populares jamais vistas desde a redemocratização, em um verdadeiro fato histórico, e que fizeram com que muitos governos perdessem popularidade e temessem a reação da população. Foi um movimento geral organizado pelas redes sociais, sem a participação de partidos políticos, contra a classe política geral, com reinvindicações diversas e que varreu o Brasil de norte a sul, tanto nas capitais quanto no interior. Começaram protestando contra o aumento das tarifas de ônibus, depois contra os custos elevados dos eventos esportivos em meio a pobreza da população, coincidindo com a Copa das Confederações de futebol, a paixão dos brasileiros, e por fim exigindo melhores serviços básicos das autoridades. Tais manifestações fizeram a aprovação da presidente Dilma Rousseff despencar, afetaram os governadores Geraldo Alckmin e Sérgio Cabral e os prefeitos Fernando Haddad e Eduardo Paes, não diferenciou governo e oposição, afetaram os políticos tradicionais, sem distinção de partido e turbinou a candidatura de Marina Silva, vista como uma política diferenciada e nova. A reação das autoridades foi imediata. A presidente Dilma Rousseff propôs uma Assembléia Constituinte e depois um plebiscito sobre a reforma política e criou o programa Mais Médicos. Muitas prefeituras cancelaram o aumento das tarifas de ônibus. Até as tarifas de pedágio foram contempladas. Medidas foram anunciadas para diminuir a pressão popular. A maior parte do movimento foi pacifico e foram poucos os casos de vandalismo e violência, de grupos infiltrados que se aproveitaram da onda. Tais protestos chegaram, inclusive a chamar a atenção da imprensa internacional, com destaque no mundo todo. O povo brasileiro finalmente acordou e foi para as ruas exigir mais cidadania, mais saúde, mais educação e outros serviços básicos, enfim uma democracia representativa de verdade, com instituições que lhes representem de fato. As autoridades que não abram o olho.