A Arábia Saudita é mais uma aliada
obscura dos Estados Unidos no Oriente Médio. A Arábia Saudita é o berço do Islã, todos
os anos milhares de peregrinos visitam as cidades sagradas do islamismo de Meca,
onde o profeta Maomé nasceu, e Medina. Por ser um importante fornecedor de
petróleo para os Estados Unidos e o Ocidente e um grande parceiro econômico, a
Arábia Saudita não é abertamente criticada, inclusive recebe o apoio dos Estados
Unidos e da União Européia, apesar de ser uma monarquia absoluta e de se ver
envolvida em casos de terrorismo internacional. Vale lembrar que a Arábia Saudita faz
parte da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e é capaz de aumentar
a produção de petróleo em questão de dias e determinar o preço do petróleo
mundial. No campo político, a Arábia Saudita é uma monarquia absoluta dominada
pela sharia (lei islâmica) e ultraconservadora, em que o rei e sua família tomam
todas as decisões, não há partidos políticos e as mulheres não tem permissão
para votar. A Arábia Saudita sustenta indiretamente redes de fundamentalismo fortemente
ligadas ao terrorismo internacional, apesar de coibir correntes extremistas e
de ser um aliado dos Estados Unidos em sua guerra contra o terror. Seu maior arquinimigo é o Irã, com
quem mantém uma corrida armamentista que arrasta há anos, lembrando que Riad é
o representante dos sunitas e Teerã é o representante dos xiitas. O Irã tenta
virar uma potência nuclear e a Arábia Saudita conta com a promessa de proteção
dos Estados Unidos e possui uma imensa reserva de petróleo. O conflito na Síria entre tropas leais ao ditador
Bashar al-Assad e seus opositores aos poucos se torna um campo de batalha do
conflito regional entre o Irã e a Arábia Saudita. A Síria é a mais importante
aliada do Irã no mundo árabe e a Arábia Saudita apóia os rebeldes do regime
sírio, enviando inclusive armas, junto com o emirado do Qatar. Enquanto toda esta situação se
mantiver e o dinheiro do petróleo continuar a fluir, a Arábia Saudita terá um
grande espaço de manobra para exercer a sua influência nos negócios, na
política e na religião. Assim, a Arábia Saudita é uma aliada
dos Estados Unidos no Oriente Médio, mas uma aliada controversa, polêmica, não
muito confiável e anti-democrática.