Nestes dias, o mundo viu como o
terrorismo é cada vez mais internacional e sofisticado, formando uma rede
global envolvendo diversos países dos quatro cantos do planeta. O exército
argelino executou uma operação militar de resgate de centenas de pessoas
mantidas reféns em um campo de exploração de gás por um grupo extremista ligado
a Al Qaeda que exigia o fim da intervenção francesa no Mali que deixou 50
mortos e liberou 600 reféns. Tal episódio de terrorismo internacional nos
mostra como o terrorismo dos nossos dias é cada vez mais globalizado,
ultrapassando as fronteiras nacionais, formando uma rede global de operações e
se utilizando de ferramentas cada vez mais modernas desenvolvidas com o avanço
das novas tecnologias, relacionadas com a internet e sistemas de informação. O
episódio da Argélia nos remete aos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono
de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos comandados por Osama Bin Laden da
Al Qaeda que se encontrava escondido nas montanhas do Afeganistão sob proteção
do Taleban. Neste caso, um conflito regional que estava ocorrendo no Mali, país
localizado na África, envolveu outra nação, a Argélia, além do fato de envolver
cidadãos ocidentais que se encontravam no país. No Mali, militantes islâmicos
tomaram conta do norte do país e o dividiram em dois, e que pode virar um
santuário para extremistas. Isso levou a França a enviar tropas em sua antiga
colônia, com apoio da ONU e da comunidade internacional. Em represália, um
grupo extremista ligado a rede Al Qaeda sequestrou reféns ocidentais para
exigir o fim da intervenção francesa no Mali. A operação de resgate do exército
argelino foi considerada dramática pela comunidade internacional e recebeu críticas
por erros cometidos pelo exército argelino. Enfim, tal episódio ilustra como a
evolução das táticas empregadas pelo terrorismo foi rápida e como elas se
transformaram com o tempo, tornando suas ferramentas tão sofisticadas a ponto
de a partir de um computador ligado a internet em uma caverna em um lugar
distante e desabitado pode ser possível cometer o maior atentado terrorista em
plena metrópole e no coração financeiro da maior potência mundial e como um conflito
local em um dado país pode desembocar em um ataque realizado no território de
um outro país envolvendo pessoas de diferentes nacionalidades. Eis o terrorismo
do século XXI.
quarta-feira, 6 de março de 2013
Opinião Política - Terror no Mali
Nestes dias, o mundo viu o lançamento
de mais uma operação militar com o envio de forças internacionais para o
continente africano, dessa vez para a República do Mali. A França aumentou a intervenção
militar francesa para reforçar as tropas francesas já presentes no Mali e
contou com o apoio da ONU. A missão teve como objetivo impedir que os rebeldes
tomassem a capital Bamako e conter seu avanço para o sul do país. O Conselho de
Segurança da ONU aprovou o envio de uma força internacional liderada por países
africanos para recuperar o território e estabilizar a região. Além da França, o
Reino Unido, o Canadá e os Estados Unidos se envolveram na operação. Houve
fortes bombardeios na região desértica ocupada pelos militantes islâmicos. O
Mali vive uma crise interna desde março de 2012, quando militantes islâmicos
declararam a independência unilateral do norte do Mali, dividindo o país em
dois. O grupo rebelde tuaregue Movimento Nacional para a Libertação de Azawad
luta pela independência da região de Azawad. Os grupos radicais islâmicos
ligados a rede terrorista Al Qaeda, que se juntaram ao movimento tuaregue, têm
como objetivo introduzir a sharia em todo o país. Tal ofensiva 22 de março desencadeou
um golpe militar que derrubou o presidente Amado Toumani Touré liderado pelo
capitão Amadou Haya Sanogo, o que precipitou a queda do norte do país nas mãos
dos grupos islâmicos. Os militares contestavam as ações do governo para
reprimir os radicais islâmicos, consideradas brandas. O capitão se retirou do
poder, assumindo interinamente Moussa Traore, até hoje no poder, e que pediu
ajuda a França, sua antiga metrópole. Vale lembrar que o Mali era uma colônia
francesa e se tornou independente da França em 1960. O Mali é um dos países
mais pobres do mundo. O Ocidente teme que a área se torne um santuário para
extremistas e uma base para lançamentos de ataques, em coordenação com
ramificações da Al Qaeda situadas no norte da África. Os países africanos temem
que o conflito provoque uma violenta reação dos islamistas e um desastre
humanitário, com a crise dos refugiados. Desde o início do conflito, cerca de
150 mil refugiados migraram para os países vizinhos. Teme-se que a intervenção
militar francesa no conflito do Mali possa despertar nas potências ocidentais
tentações coloniais. O mundo assiste a mais uma intervenção ocidental na África,
relembrando a expansão colonial imperialista e vê como o terrorismo
internacional é cada vez mais global, abarcando os quatro cantos do mundo e
envolvendo países inteiros.
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