quarta-feira, 6 de março de 2013

Opinião Política - Terrorismo do Século XXI na Argélia





Nestes dias, o mundo viu como o terrorismo é cada vez mais internacional e sofisticado, formando uma rede global envolvendo diversos países dos quatro cantos do planeta. O exército argelino executou uma operação militar de resgate de centenas de pessoas mantidas reféns em um campo de exploração de gás por um grupo extremista ligado a Al Qaeda que exigia o fim da intervenção francesa no Mali que deixou 50 mortos e liberou 600 reféns. Tal episódio de terrorismo internacional nos mostra como o terrorismo dos nossos dias é cada vez mais globalizado, ultrapassando as fronteiras nacionais, formando uma rede global de operações e se utilizando de ferramentas cada vez mais modernas desenvolvidas com o avanço das novas tecnologias, relacionadas com a internet e sistemas de informação. O episódio da Argélia nos remete aos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos comandados por Osama Bin Laden da Al Qaeda que se encontrava escondido nas montanhas do Afeganistão sob proteção do Taleban. Neste caso, um conflito regional que estava ocorrendo no Mali, país localizado na África, envolveu outra nação, a Argélia, além do fato de envolver cidadãos ocidentais que se encontravam no país. No Mali, militantes islâmicos tomaram conta do norte do país e o dividiram em dois, e que pode virar um santuário para extremistas. Isso levou a França a enviar tropas em sua antiga colônia, com apoio da ONU e da comunidade internacional. Em represália, um grupo extremista ligado a rede Al Qaeda sequestrou reféns ocidentais para exigir o fim da intervenção francesa no Mali. A operação de resgate do exército argelino foi considerada dramática pela comunidade internacional e recebeu críticas por erros cometidos pelo exército argelino. Enfim, tal episódio ilustra como a evolução das táticas empregadas pelo terrorismo foi rápida e como elas se transformaram com o tempo, tornando suas ferramentas tão sofisticadas a ponto de a partir de um computador ligado a internet em uma caverna em um lugar distante e desabitado pode ser possível cometer o maior atentado terrorista em plena metrópole e no coração financeiro da maior potência mundial e como um conflito local em um dado país pode desembocar em um ataque realizado no território de um outro país envolvendo pessoas de diferentes nacionalidades. Eis o terrorismo do século XXI.





Opinião Política - Terror no Mali



Nestes dias, o mundo viu o lançamento de mais uma operação militar com o envio de forças internacionais para o continente africano, dessa vez para a República do Mali. A França aumentou a intervenção militar francesa para reforçar as tropas francesas já presentes no Mali e contou com o apoio da ONU. A missão teve como objetivo impedir que os rebeldes tomassem a capital Bamako e conter seu avanço para o sul do país. O Conselho de Segurança da ONU aprovou o envio de uma força internacional liderada por países africanos para recuperar o território e estabilizar a região. Além da França, o Reino Unido, o Canadá e os Estados Unidos se envolveram na operação. Houve fortes bombardeios na região desértica ocupada pelos militantes islâmicos. O Mali vive uma crise interna desde março de 2012, quando militantes islâmicos declararam a independência unilateral do norte do Mali, dividindo o país em dois. O grupo rebelde tuaregue Movimento Nacional para a Libertação de Azawad luta pela independência da região de Azawad. Os grupos radicais islâmicos ligados a rede terrorista Al Qaeda, que se juntaram ao movimento tuaregue, têm como objetivo introduzir a sharia em todo o país. Tal ofensiva 22 de março desencadeou um golpe militar que derrubou o presidente Amado Toumani Touré liderado pelo capitão Amadou Haya Sanogo, o que precipitou a queda do norte do país nas mãos dos grupos islâmicos. Os militares contestavam as ações do governo para reprimir os radicais islâmicos, consideradas brandas. O capitão se retirou do poder, assumindo interinamente Moussa Traore, até hoje no poder, e que pediu ajuda a França, sua antiga metrópole. Vale lembrar que o Mali era uma colônia francesa e se tornou independente da França em 1960. O Mali é um dos países mais pobres do mundo. O Ocidente teme que a área se torne um santuário para extremistas e uma base para lançamentos de ataques, em coordenação com ramificações da Al Qaeda situadas no norte da África. Os países africanos temem que o conflito provoque uma violenta reação dos islamistas e um desastre humanitário, com a crise dos refugiados. Desde o início do conflito, cerca de 150 mil refugiados migraram para os países vizinhos. Teme-se que a intervenção militar francesa no conflito do Mali possa despertar nas potências ocidentais tentações coloniais. O mundo assiste a mais uma intervenção ocidental na África, relembrando a expansão colonial imperialista e vê como o terrorismo internacional é cada vez mais global, abarcando os quatro cantos do mundo e envolvendo países inteiros.