Nestes dias, o mundo viu o lançamento
de mais uma operação militar com o envio de forças internacionais para o
continente africano, dessa vez para a República do Mali. A França aumentou a intervenção
militar francesa para reforçar as tropas francesas já presentes no Mali e
contou com o apoio da ONU. A missão teve como objetivo impedir que os rebeldes
tomassem a capital Bamako e conter seu avanço para o sul do país. O Conselho de
Segurança da ONU aprovou o envio de uma força internacional liderada por países
africanos para recuperar o território e estabilizar a região. Além da França, o
Reino Unido, o Canadá e os Estados Unidos se envolveram na operação. Houve
fortes bombardeios na região desértica ocupada pelos militantes islâmicos. O
Mali vive uma crise interna desde março de 2012, quando militantes islâmicos
declararam a independência unilateral do norte do Mali, dividindo o país em
dois. O grupo rebelde tuaregue Movimento Nacional para a Libertação de Azawad
luta pela independência da região de Azawad. Os grupos radicais islâmicos
ligados a rede terrorista Al Qaeda, que se juntaram ao movimento tuaregue, têm
como objetivo introduzir a sharia em todo o país. Tal ofensiva 22 de março desencadeou
um golpe militar que derrubou o presidente Amado Toumani Touré liderado pelo
capitão Amadou Haya Sanogo, o que precipitou a queda do norte do país nas mãos
dos grupos islâmicos. Os militares contestavam as ações do governo para
reprimir os radicais islâmicos, consideradas brandas. O capitão se retirou do
poder, assumindo interinamente Moussa Traore, até hoje no poder, e que pediu
ajuda a França, sua antiga metrópole. Vale lembrar que o Mali era uma colônia
francesa e se tornou independente da França em 1960. O Mali é um dos países
mais pobres do mundo. O Ocidente teme que a área se torne um santuário para
extremistas e uma base para lançamentos de ataques, em coordenação com
ramificações da Al Qaeda situadas no norte da África. Os países africanos temem
que o conflito provoque uma violenta reação dos islamistas e um desastre
humanitário, com a crise dos refugiados. Desde o início do conflito, cerca de
150 mil refugiados migraram para os países vizinhos. Teme-se que a intervenção
militar francesa no conflito do Mali possa despertar nas potências ocidentais
tentações coloniais. O mundo assiste a mais uma intervenção ocidental na África,
relembrando a expansão colonial imperialista e vê como o terrorismo
internacional é cada vez mais global, abarcando os quatro cantos do mundo e
envolvendo países inteiros.
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