quarta-feira, 6 de março de 2013

Opinião Política - Terror no Mali



Nestes dias, o mundo viu o lançamento de mais uma operação militar com o envio de forças internacionais para o continente africano, dessa vez para a República do Mali. A França aumentou a intervenção militar francesa para reforçar as tropas francesas já presentes no Mali e contou com o apoio da ONU. A missão teve como objetivo impedir que os rebeldes tomassem a capital Bamako e conter seu avanço para o sul do país. O Conselho de Segurança da ONU aprovou o envio de uma força internacional liderada por países africanos para recuperar o território e estabilizar a região. Além da França, o Reino Unido, o Canadá e os Estados Unidos se envolveram na operação. Houve fortes bombardeios na região desértica ocupada pelos militantes islâmicos. O Mali vive uma crise interna desde março de 2012, quando militantes islâmicos declararam a independência unilateral do norte do Mali, dividindo o país em dois. O grupo rebelde tuaregue Movimento Nacional para a Libertação de Azawad luta pela independência da região de Azawad. Os grupos radicais islâmicos ligados a rede terrorista Al Qaeda, que se juntaram ao movimento tuaregue, têm como objetivo introduzir a sharia em todo o país. Tal ofensiva 22 de março desencadeou um golpe militar que derrubou o presidente Amado Toumani Touré liderado pelo capitão Amadou Haya Sanogo, o que precipitou a queda do norte do país nas mãos dos grupos islâmicos. Os militares contestavam as ações do governo para reprimir os radicais islâmicos, consideradas brandas. O capitão se retirou do poder, assumindo interinamente Moussa Traore, até hoje no poder, e que pediu ajuda a França, sua antiga metrópole. Vale lembrar que o Mali era uma colônia francesa e se tornou independente da França em 1960. O Mali é um dos países mais pobres do mundo. O Ocidente teme que a área se torne um santuário para extremistas e uma base para lançamentos de ataques, em coordenação com ramificações da Al Qaeda situadas no norte da África. Os países africanos temem que o conflito provoque uma violenta reação dos islamistas e um desastre humanitário, com a crise dos refugiados. Desde o início do conflito, cerca de 150 mil refugiados migraram para os países vizinhos. Teme-se que a intervenção militar francesa no conflito do Mali possa despertar nas potências ocidentais tentações coloniais. O mundo assiste a mais uma intervenção ocidental na África, relembrando a expansão colonial imperialista e vê como o terrorismo internacional é cada vez mais global, abarcando os quatro cantos do mundo e envolvendo países inteiros.





Nenhum comentário:

Postar um comentário