Nas diversas crises políticas que se vê nos dias recentes no cenário internacional, constata-se os seguintes fenômenos: a ineficiência e a incapacidade das organizações internacionais de resolve-las e principalmente uma tendência das mesmas de serem coniventes e fecharem os olhos para com Estados violadores das leis internacionais, totalitários e apoiadores do terrorismo. No fim, todas as medidas adotadas pelas organizações internacionais acabam por beneficiar os Estados ou grupos promotores do totalitarismo e do terrorismo em detrimento dos Estados democráticos. Esse fato é explicado pelos princípios gerais que norteiam essas organizações internacionais, principalmente pelo fato de elas adotarem a tese de que elas devem focalizar o sistema internacional de Estados, o entendimento e o diálogo entre Estados, mas não as fontes que de fato tem gerado o desentendimento entre Estados. O mais importante para as organizações internacionais como a Organização das Nações Unidas, a Organização dos Estados Americanos, a Liga Árabe e a União Africana é manter o diálogo, o bom entendimento e as relações diplomáticas entre dois Estados em litígio, mas não resolver efetivamente o litígio e suas origens. A seguir serão apresentados alguns exemplos que ilustram claramente a conivência das organizações internacionais para com o totalitarismo e o terrorismo. Na crise entre Colômbia e Venezuela, o governo colombiano acusa e apresenta dados que provam que a Venezuela abriga, apóia e sustenta as FARC. Diante do impasse, a OEA intervém no conflito e após promover o dialogo, o bom entendimento e o restabelecimento das relações diplomáticas entre eles se dão por satisfeitas, esquecendo que é a Venezuela que é a origem do conflito ao dar suporte as FARC e que a Colômbia se desentendeu com o vizinho por se sentir ameaçada e por legitima defesa, fazendo com que a crise se repita no futuro. Na crise entre Israel e Líbano e na crise da Faixa de Gaza, a ONU interviu para se acabar com a violência na região e se deu por satisfeita, esquecendo-se que a violência é provocada pelo Hamas e Hesbolah, que com seus ataques obrigam Israel a se desentender e a usar a violência como legitima defesa. Na crise do Irã, a ONU busca apenas o fim das tensões e das hostilidades entre EUA e Irã, mas não o desarmamento nuclear do Irã e o fim do apoio iraniano ao terrorismo, medidas que de fato poriam fim as hostilidades e que são as causas das tensões. Assim, diante desta falha das organizações internacionais só resta aos Estados democráticos agirem por conta própria e ignorá-las para se defender.
domingo, 8 de agosto de 2010
Opinião Política - Crise do PSDB
Embora não se saiba ainda o resultado das eleições presidenciais deste ano e seja difícil fazer uma previsão sobre o vencedor do pleito, se José Serra ou Dilma Roussef, uma coisa não se pode negar: o PSDB, desde 2002, vive uma crise interna e de identidade ideológica, que se evidencia em diversos fatos, em especial, durante o governo Lula e nesta campanha eleitoral e tem diversas explicações. Após a crise que se abateu sobre o governo Fernando Henrique Cardoso, no fim de seu governo depois de anos de avanços decorrentes do Plano Real e da política de privatizações, tem sido comum no partido, os caciques buscarem se desvincularem de seu nome. Assim, José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves tentam se diferenciar de Fernando Henrique Cardoso e seu legado. Com a vitória e a chegada ao poder de Luís Inácio Lula da Silva e do PT, este soube fazer uma habilidosa articulação política na qual se apropriou do discurso tucano da estabilidade econômica e juntou com o discurso petista das políticas sociais, criando um discurso imbatível e que faz Lula ser bem visto pelo empresariado e a população de baixa renda, gerando recordes na sua taxa de aprovação e alta popularidade, esvaziando o discurso do PSDB. O controle da máquina do governo pelo PT e as dificuldades decorrentes de um partido de oposição, com poucos recursos, em enfrentar um partido governista dotado de alta popularidade e detentor de muitos recursos e de uma máquina publicitária agrava a situação. Nesta campanha eleitoral, a individualidade, a divisão e os interesses particulares dos caciques tucanos tem prevalecido sobre os interesses partidários, não está havendo uma articulação política conjunta, fundamental numa campanha política, haja visto o desenrolar da questão da escolha do vice de José Serra, a forma como foi conduzida esta escolha, a recusa de Aécio Neves em se-lo e o fraco empenho nesta campanha eleitoral de Aécio Neves, Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardoso a favor da candidatura de José Serra. O PSDB tem sofrido acusações por parte do DEM, seu aliado tradicional, de arrogância e atropelo aos aliados onde os dois partidos governam coligados e na tomada de decisões, como ficou evidente na crise causada pela escolha do senador Álvaro Dias para compor a chapa de José Serra, fato que quase levou ao rompimento da tradicional aliança entre PSDB e DEM. Por fim, a crise se dá no campo das ideologias políticas, uma vez que com o governo Lula houve uma maior aproximação ideológica entre o PT e o PSDB, onde o PT se aproximou do Centro e o PSDB por ser social democrata se define como de Centro-esquerda, mesma denominação feita ao PT, fazendo com que os programas de governo do PT e do PSDB sejam semelhantes, tornando o discurso do PSDB vazio, uma vez que os dois partidos tem mesmo pensamento político, não havendo a necessidade de se mudar o partido governista. Enfim, o PSDB aos poucos tem perdido a sua identidade política e seu discurso diferenciador, está havendo uma aproximação entre o PT e o PSDB, e uma vez que eles se aproximam cada vez mais e são denominados de centro-esquerda, constata-se uma vez mais que está faltando espaço para a Direita no cenário político brasileiro, uma força capaz de evitar essa união tucano petista, união essa que pode por fim as discussões políticas no Brasil.
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