sábado, 14 de janeiro de 2012

Opinião Política - Tabuleiro Persa


Nestes dias, o Irã de Mahmoud Ahmajinejad ameaçou fechar o Estreito de Ormuz, que divide o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, por onde passa 35% da produção de petróleo consumida no mundo, elevando os preços internacionais do commoditie, como retaliação ao endurecimento das sanções econômicas impostas contra o regime dos aiatolás por parte do Ocidente em razão do desenvolvimento do programa nuclear iraniano, que segundo autoridades iranianas tem fins pacíficos, mas que segundo líderes ocidentais tem fins militares. Como forma de pressionar o governo iraniano e se livrar de suas chantagens, os Estados Unidos, a União Européia e o Japão anunciaram que vão deixar de importar petróleo do país persa, agravando ainda mais a situação. Diante desse quadro, o presidente iraniano Mahmoud Ahmajinejad fez um tour na América Latina que incluiu a sua visita a Venezuela de seu colega Hugo Chávez, o Equador de Rafael Correa, a Nicarágua de Daniel Ortega e Cuba dos irmãos Raul Castro e Fidel Castro, governos populistas de esquerda, ficando o Brasil de Dilma Roussef de fora do giro iraniano, sinalizando que busca sair da dependência do Ocidente e busca novos mercados para a sua produção de petróleo. Esse movimento de Mahmoud Ahmajinejad revela também que o Irã vai recorrer a China e a Rússia para se esquivar das sanções e pressões exercidas pelas potências ocidentais, uma vez que China e Rússia buscam se contrapor ao Ocidente. O Irã alega que seu programa nuclear tem fins pacíficos, que todas as nações têm direito de desenvolver a energia nuclear e adota o discurso terceiro-mundista e anti-imperialista de se defender a soberania das nações contra as intervenções das potências ocidentais, para justificar suas ações. As potências ocidentais afirmam que o Irã quer desenvolver armas nucleares, aumentar sua influência no Oriente Médio, atacar e destruir Israel e espalhar armas nucleares para grupos terroristas como o Hamas e o Hesbolah, que o Irã apóia. A China e a Rússia têm interesses comerciais com o Irã, buscam se contrapor as potências ocidentais e apóiam regimes autoritários. Eis o tabuleiro e as peças do jogo persa.