Nestes dias, o Equador reelegeu o
presidente esquerdista Rafael Correa, em mais uma vitória do chavismo na América
Latina, assumindo seu terceiro mandato consecutivo, podendo completar uma
década no poder. Sua vitória se deu por meio dos programas sociais financiados
pelo bom desempenho da economia, que cresceu 5,4% no ano passado, permitindo ao
governo aumentar os investimentos em educação e saúde, responsáveis por fazer com
que 1 milhão de equatorianos passassem à classe média. No entanto, tal
crescimento econômico se deu em bases não muito sólidas, tendo a dependência
excessiva do petróleo como principal fator. Rafael Correa teve o êxito em não
ter até aqui acirrado a polarização do país para manter-se no governo, diferentemente
de Hugo Chávez na Venezuela, e garantindo a estabilidade política do país. Vale
lembrar que entre 1996 e 2006, o Equador teve 15 presidentes, sendo que três
presidentes eleitos anteriormente não terminaram o mandato, tal a crise
política e institucional vivida pelo Equador. Por outro lado, o governo de
Rafael Correa foi marcado pela truculência com as multinacionais, como as
brasileiras Odebrecht e Petrobras, e pelo calote da dívida externa, em 2008, que
afugentaram os investidores externos, mas que foi compensada por acordos de
financiamento com a China, somando US$ 7,3 bilhões. Rafael Correa é acusado de ser centralizador,
não aceitar críticas e ser um líder populista, que lhe renderam o título de caudilho.
Rafael Correa aprovou uma nova Constituição que ampliou seus poderes e lhe deu
direito á reeleição. Além disso, perseguiu críticos na imprensa, usou verba
oficial para bancar jornais alinhados e condenou jornalistas. Em seu governo,
houve ainda o exílio de quatro jornalistas ameaçados e o fechamento de ao menos
onze meios de comunicação. E agora, Rafael Correa promete radicalizar ainda
mais a revolução. Rafael Correa foi reeleito mesmo sendo uma ameaça a democracia
já frágil do Equador por seu estilo autoritário e prometendo aprofundar ainda
mais a revolução bolivariana, expandindo o chavismo na região, gerando rumores
de um futuro incerto e sombrio para o país e a América Latina, já saturada com
Hugo Chávez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia e Cristina Kirchner na
Argentina.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Opinião Política - O Faraó do Islã
O Egito foi tomado nesses dias por
novos e intensos protestos nas ruas, no momento em que se completam dois anos
da queda do ditador Hosni Mubarak, lembrando cenas da chamada Primavera Árabe. Os
protestos se espalharam por várias partes do país e a praça Tahir, no centro de
Cairo, foi novamente ocupada por uma imensa multidão, fazendo com que as
autoridades decretassem estado de emergência e anunciassem que tal crise
política pode levar ao colapso do Estado, havendo a perda de confiança nas
instituições e a sensação de ausência de lei e ordem. Dessa vez, os protestos
se voltam contra o presidente Mohammed Mursi da Irmandade Muçulmana, eleito
democraticamente, nas primeiras eleições livres do país e que elegeu um civil.
Os protestos são contra a ampliação dos poderes de Mohammed Mursi e a aprovação
da nova Constituição, que muitos dizem favorecer a parcela islâmica da
população. Acusam o presidente Mohammed Mursi de trair os ideais da revolução e
de tentar impor uma ditadura islâmica, nos moldes do Irã, no país. Vale lembrar
que a Irmandade Muçulmana, hoje no poder, é a maior e mais antiga organização
islâmica do Egito. Fundada em 1928, com o objetivo de espalhar os preceitos do
Islã, o movimento teve seus ideais disseminados rapidamente e, no fim da década
de 1940, estimava-se que possuísse 2 milhões de seguidores no Egito. Logo o
movimento ganhou ramificações em outras nações árabes, como a Síria e o Iraque.
Em meados da década de 1950, a ascensão do teólogo Sayyid Qtub como liderança
pôs a Irmandade Muçulmana no caminho do radicalismo. Qutb foi e continua sendo
inspiração para grupos como o Hamas, o Hesbolah e até mesmo a Al Qaeda,
prestando ajuda em dinheiro. Apesar de afirmar ter adotado o caminho da
moderação e da renúncia a violência, o movimento desperta temor e desconfiança
no Egito e no Ocidente, pois um de seus objetivos é criar gradualmente um
Estado regido pela lei islâmica, a sharia. Além disso, o Egito viveu 30 anos
sob a ditadura de Hosni Mubarak que obteve algum crescimento econômico, controlou
a população com mãos de ferro e contou com o apoio dos Estados Unidos, de Israel
e do Ocidente. No entanto, tal crescimento econômico não melhorou a vida da
população egípcia, que conviveu anos com a corrupção de Hosni Mubarak e a
pobreza. O Egito viveu 30 anos sob a ditadura de Hosni Mubarak e agora caminha
para a ditadura do Islã.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Opinião Política - Venezuela Sem Chávez
A Venezuela
viveu recentemente uma crise política e institucional decorrente da doença do
presidente Hugo Chávez. Reeleito em outubro, Hugo Chávez deveria tomar posse
para seu terceiro mandato consecutivo no dia 10 de janeiro. No entanto, Hugo
Chávez se encontrava em Cuba desde o dia 8 de dezembro para fazer o tratamento
contra um câncer na região pélvica, deixando em seu lugar seu vice Nicolás
Maduro e gerando dúvidas sobre o procedimento a ser seguido devido a ausência
do líder em sua própria posse. A Constituição venezuelana estabelecia que o
juramento do presidente eleito ocorra sempre no dia 10 de janeiro, diante da
Assembleia Nacional. Para o governo a posse era apenas uma mera formalidade
desnecessária, uma vez que haveria a continuidade do governo pelo fato de o
presidente ser o mesmo, propondo o adiamento da posse de Chávez. Esse adiamento
visava impedir o acirramento da disputa interna entre as duas maiores facções
do chavismo, a de Nicolás Maduro, vice-presidente, e a de Diosdado Cabello,
presidente da Assembleia Nacional. Para a oposição, os chavistas tentavam dar
um golpe e estender o mandato de Hugo Chávez. No fim, a Justiça, composta por
chavistas, deu ganho de causa ao governo, considerando constitucional o
adiamento por tempo indeterminado porque não haveria a interrupção do mandato.
A adaptação da Constituição aos interesses chavistas contou com o apoio dos
governos esquerdistas de Argentina, Equador, Peru, Uruguai, Bolívia e
Nicarágua. Hugo Chávez já está no poder da Venezuela desde 1999 e se encaminha
para seu terceiro mandato consecutivo sob a nova Constituição bolivariana. Em
todo seu governo Hugo Chávez centralizou o poder na Venezuela em sua figura, a
ponto de sua ausência criar um vácuo no poder e provocar uma crise política.
Não se sabe quem teria força política suficiente para substituí-lo. Tudo indica
que Nicolás Maduro é o favorito entre os chavistas para uma futura sucessão de
Hugo Chávez, mas sem o brilho do líder bolivariano.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Opinião Política - Israel na Direita
Nestes dias foram realizadas eleições
parlamentares em Israel que deram uma vitória apertada ao primeiro-ministro de
direita Benjamin Netanyahu do Likud, há sete anos no cargo (podendo superar Ben
Gurion, um dos fundadores de Israel e seu primeiro governante), que vai ser
obrigado a se aliar a outros partidos para formar um governo. Em seu governo,
Benjamin Netanyahu buscou impedir que o Irã desenvolvesse armas nucleares,
inclusive já anunciou o ataque israelense a usinas nucleares iranianas caso o
Irã esteja próximo do grau de enriquecimento de urânio necessário para
desenvolver a bomba atômica, que prometeu revidar e declarar guerra, fato já
discutido com os Estados Unidos, seu maior aliado, de Barack Obama, o que pode
desencadear uma crise regional de enormes proporções. Além disso, Benjamin
Netanyahu não tem a intenção de celebrar o processo de paz com os palestinos,
nem desocupar e abandonar a Margem Ocidental do território da Palestina, onde
tem interesses estratégicos e históricos. Benjamin Netanyahu prossegue
construindo e expandindo os assentamentos judaicos no West Bank, localizado nos
territórios palestinos, o que vem impedindo qualquer negociação sobre o
processo de paz entre Israel e Palestina, em conflito histórico, ao longo
desses anos todos, e provocando declarações e críticas contra o país, inclusive
com ameaças de imposição de sanções contra o país, por parte da comunidade
internacional e até dos Estados Unidos, seu principal aliado. Vale lembrar que
o Estado de Israel foi criado em 1948 no contexto de grande comoção
internacional provocada pela descoberta dos horrores cometidos contra os judeus
por Adolf Hitler com o Holocausto. O Estado de Israel foi criado no território
da Palestina, por meio de sua divisão em dois Estados: um judeu e um árabe. Os
árabes não ficaram satisfeitos e seus vizinhos atacaram seu território em
várias ocasiões, em diversas guerras como a Guerra dos Seis Dias e a Guerra do
Yom Kippur. Em todas elas os árabes foram derrotados por Israel, que expandiu
seu território e expulsou milhares de palestinos. Em todos esses anos houve
ataques palestinos como a Intifada e atentados terroristas por grupos radicais
como o Hamas e o Hesbolah, ambos apoiados pelo Irã, que prega o fim do Estado
de Israel, contra seu território. Em meio aos constantes ataques, Israel teve
de desenvolver sua inteligência a ponto de seus serviços secretos, como o
Mossad, serem os mais sofisticados
do mundo e de possuir um setor de tecnologia bem desenvolvido. Israel, apesar dos conflitos, é um país
desenvolvido e é a maior potência do Oriente Médio, em meio aos seus vizinhos
pobres. Além disso, Israel é a única democracia da região, repleta de regimes
autoritários. Os Estados Unidos são seu principal aliado, e essa aliança
permitiu que Israel tivesse acesso a armas nucleares, inexistente nos demais
países da região. A vitória de Benjamin Netanyahu do direitista Likud
representa a continuidade do impasse histórico e que já dura mais de 60 anos
entre Israel e Palestina e o risco de um conflito regional de grandes
proporções com o Irã.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Acessibilidade - Ensino a Distância
Gostaria de falar sobre uma novidade
surgida recentemente, que vem se aperfeiçoando a cada dia e que promete
facilitar muito a vida das Pessoas Com Deficiência. Trata-se do ensino a distância.
O ensino a distância consiste em cursos online, com aulas transmitidas via internet,
em que o curso pode ser feito em casa ou em qualquer lugar que tenha computador
adequado e acesso a internet. Ele conta com sala de bate-papo para compartilhar
informações com colegas de curso, ambiente virtual, fórum de discussões, professor-tutor
para guiar e orientar estudos e tirar dúvidas e grande interatividade. Mas o ensino
a distância exige disciplina, rotina, dedicação, força de vontade, atenção com
datas e prazos e acompanhamento do curso, uma vez que é comum esquecermos
tarefas e ficarmos com preguiça. Pois como não temos a obrigação de ir todo dia
para um lugar fixo, não precisamos marcar presença e assinar lista de chamada e
não há aquela rotina comum de frequência escolar, tendemos a perder o
entusiasmo nos estudos. Existem diversos tipos de cursos na modalidade ensino a
distância, como de aperfeiçoamento profissional, de extensão, profissionalizantes,
de graduação, de pós-graduação, MBAs e técnicos, alguns pagos, outros
gratuitos, reconhecidos pelo MEC. Em relação ao reconhecimento pelo MEC, vale a
pena pesquisar se a instituição onde você pretende fazer o curso se encontra
regularizada e ver informações e opiniões sobre elas, pois muitas são
irregulares e de péssima qualidade. O Ensino a Distância aos poucos vem
conquistando seu espaço, com as universidades aderindo ao sistema, inclusive o
governo do Estado de São Paulo criou a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) que oferece cursos de
graduação em tal modalidade. Para a Pessoa Com Deficiência, o ensino a distância
é uma mão na roda, uma vez que não há a necessidade de transportá-la todos os
dias para a escola evitando os obstáculos, barreiras e transtornos provenientes
disso. Tal fato reduz sua dependência dos outros e livra-a dos preconceitos da
sociedade. No entanto, o lado ruim seria que a Pessoa Com Deficiência não teria
um convívio social com seus colegas e ela não sairia de casa, únicos
instrumentos que as Pessoas Com Deficiência têm disponíveis para se integrar na
sociedade e mudá-la. Dependendo do curso, há a necessidade de ir aos pólos educacionais
algumas vezes para fazer provas, realizar tarefas, apresentar monografia e
realizar outras atividades, a critério da instituição escolhida. Existem cursos
totalmente online e semipresenciais, estes últimos são caracterizados por uma
parte online e outra parte presencial. O ensino a distância chegou para ficar,
uma vez que as novas tecnologias estão cada vez mais avançando, a cada dia surgem
novidades revelando que o futuro chegou. Abaixo segue uma lista de sites de
instituições que oferecem cursos na modalidade Ensino a Distância. Outros
cursos são oferecidos pela Univest, Anhembi Morumbi, Senac, PUC, Unisa,
Uninter, Uninove, Fespsp, Metodista, Uninter, Unip, Instituto Monitor e demais
instituições.
Cursos de aperfeiçoamento
profissional
Curso de Pós-graduação
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