Pouco se fala sobre o Cazaquistão,
por isso aproveito esse espaço para falar um pouco dele. O Cazaquistão, assim
como as demais ex-repúblicas soviéticas, é governado pelo autocrata Nursultan
Nazarbayev, conhecido por sua habilidade de conduzir um país que nunca havia
existido, há 22 anos no poder desde a independência do país e se tornando
presidente desde quando Ieltsen estava ascendendo na Rússia, por meio de mudanças
casuísticas nas regras eleitorais, perseguição aos opositores e ao bom
desempenho econômico. Vale lembrar que o Cazaquistão fazia parte da União
Soviética e se tornou independente em 1991. De lá para cá, o país teve que
preencher o vazio deixado pelo fim dos subsídios de Moscou para a indústria,
saúde e educação e pelo êxodo de centenas de milhares de russos, a elite
profissional; crias instituições de Estado e guardar a imensa fronteira e
reorganizar a vida diária, até então voltada para Moscou. O Cazaquistão é o.destaque positivo entre as ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, sendo o 13o
exportador mundial de petróleo e o maior e mais próspero país da região. A
demarcação das fronteiras parece terminada, e o dinheiro do petróleo tem
financiado a construção de infraestrutura e melhorado a rede de proteção
social. O percentual de pobres caiu de 46,7% para 6,5% em dez anos. O país tem
uma política externa com várias frentes: atraiu petroleiras ocidentais e
chinesas, aderiu a uma união aduaneira com Rússia e Belarus e se filiou a
Organização para a Segurança e Cooperação na Europa. Além disso, contrata
construtoras da Turquia, com quem mantém laços culturais, já que o cazaque é
uma língua turca, e busca redes de transporte para diminuir a dependência da
Rússia na hora de exportar seu petróleo para a Europa, seu principal cliente.
Por outro lado, o Cazaquistão não consegue diversificar sua economia: 90% das
exportações são recursos naturais, dos quais 70%, petróleo e derivados. O país
está lutando contra a doença holandesa, quando a vantagem comparativa mina
outras atividades econômicas, principalmente a manufatura. Outro desafio é a
sucessão do onipresente Nursultan Nazarbayev. Sua idade avançada, 72 anos, tem
incentivado uma série de especulações sobre quem será o segundo presidente da
história cazaque e seu sucessor, dando continuidade ao seu objetivo de tornar o
país no principal entroncamento terrestre entre o Ocidente e o Oriente. Eis o
Cazaquistão.
terça-feira, 27 de agosto de 2013
domingo, 25 de agosto de 2013
Opinião Política - O Fantasma de Chávez
Na Venezuela, o fantasma de Hugo
Chávez ainda continua a assombrar a população, com a herança de crise econômica
e social deixada para seu sucessor Nicolás Maduro e a continuidade por parte
deste das políticas chavistas que levaram o país ao desastre. Durante seu
mandato, Chávez interviu nos países vizinhos ao ser caixa de campanha de todos
os candidatos presidenciais da América Latina: Cristina Kirchner na Argentina,
Evo Morales na Bolívia, Daniel Ortega na Nicarágua O dinheiro venezuelano chegou
a corresponder por 22% do PIB de Cuba. Chávez apoiou ditadores como Alexander
Lukashenko e Bashar al Assad e governos párias, manchando a sua imagem perante
o cenário internacional. No campo econômico, Chávez acabou com as já
incipientes indústria e agricultura venezuelanas. Além disso, Chávez, expropriou
empresas privadas e tomou 4 milhões de hectares de proprietários rurais. Chávez
confiscou conjuntos residenciais de bom padrão em Caracas e distribuiu as casas
para a nomenclatura chavista. Durante seu governo, a classe média encolheu de
30% para 20% da população, tratando-a como inimiga do regime A PDVSA tornou-se
um instrumento político do chavismo, cuja renda foi usada para distribuir
eletrodomésticos e alimentos em troca de voto e fornecer subsídios a população.
Ao promover essas políticas, Chávez deixou efeitos negativos para a população. A
taxa de inflação beirou os 29%, a maior taxa da América Latina. O
desabastecimento tomou lugar nos mercados do país. A dependência de alimentos
importados passou de 50% em 1998 para 70% em 2011. A falta de investimento fez
a exploração de petróleo cair. Mas o preço do produto disparou no mercado
internacional, garantindo ao governo sua fonte de recursos. A PDVSA usou esse
dinheiro para importar alimentos e distribuí-los a preços subsidiados a
população, mas nem essa medida se mostrou suficiente para controlar a inflação.
Os indicadores sociais e econômicos foram escondidas ou continham falsificações
grotescas. Ficou difícil saber a taxa de inflação ou de variação do PIB. Além
disso tudo, Chávez destruiu as instituições. Aprovou uma nova Constituição que
estendeu o seu mandato para seis anos e lhe permitiu governar por decreto. O
poder Judiciário foi tomado, com o esvaziamento de juízes independentes das principais
instâncias superiores. O fantasma de Chávez não afeta somente a Venezuela, mas
toda a América Latina, uma vez que esses países elegeram presidentes alinhados
com as políticas chavistas, e que agora se veem órfãos de seu maior líder e
desorientados quanto a seu futuro político. O que será de Morales, Correa e
Ortega, sem seu líder espiritual? Só Deus sabe!
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Opinião Política - Primavera Brasileira
Nestes dias, durante quase três meses
ininterruptos as ruas do Brasil inteiro se encheram de manifestações populares
jamais vistas desde a redemocratização, em um verdadeiro fato histórico, e que
fizeram com que muitos governos perdessem popularidade e temessem a reação da população.
Foi um movimento geral organizado pelas redes sociais, sem a participação de
partidos políticos, contra a classe política geral, com reinvindicações
diversas e que varreu o Brasil de norte a sul, tanto nas capitais quanto no
interior. Começaram protestando contra o aumento das tarifas de ônibus, depois
contra os custos elevados dos eventos esportivos em meio a pobreza da população,
coincidindo com a Copa das Confederações de futebol, a paixão dos brasileiros,
e por fim exigindo melhores serviços básicos das autoridades. Tais manifestações
fizeram a aprovação da presidente Dilma Rousseff despencar, afetaram os
governadores Geraldo Alckmin e Sérgio Cabral e os prefeitos Fernando Haddad e
Eduardo Paes, não diferenciou governo e oposição, afetaram os políticos
tradicionais, sem distinção de partido e turbinou a candidatura de Marina
Silva, vista como uma política diferenciada e nova. A reação das autoridades
foi imediata. A presidente Dilma Rousseff propôs uma Assembléia Constituinte e
depois um plebiscito sobre a reforma política e criou o programa Mais Médicos. Muitas
prefeituras cancelaram o aumento das tarifas de ônibus. Até as tarifas de
pedágio foram contempladas. Medidas foram anunciadas para diminuir a pressão
popular. A maior parte do movimento foi pacifico e foram poucos os casos de
vandalismo e violência, de grupos infiltrados que se aproveitaram da onda. Tais
protestos chegaram, inclusive a chamar a atenção da imprensa internacional, com
destaque no mundo todo. O povo brasileiro finalmente acordou e foi para as ruas
exigir mais cidadania, mais saúde, mais educação e outros serviços básicos,
enfim uma democracia representativa de verdade, com instituições que lhes
representem de fato. As autoridades que não abram o olho.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Acessibilidade - Home Office e a Pessoa Com Deficiência
Uma nova forma de trabalho vem surgindo no mercado de
trabalho com o avanço das novas tecnologias e que promete ajudar bastante a
vida da Pessoa Com Deficiência. Trata-se do Home Office, trabalho realizado em
casa, via internet. O Home Office é uma forma de trabalho que facilita muito a
vida das pessoas em comum e da Pessoa Com Deficiência, uma vez que não há a
necessidade de sair todos os dias de casa, não precisa de um acompanhante, não
tem as dificuldades de transporte, não há grandes necessidades de adaptação de
escritório, economiza dinheiro que seria usado no ônibus e no metrô, as
informações podem ser trocadas por e-mail, só precisa ir para a empresa poucas
vezes e não ficamos estressados por conta do trânsito e relacionamento no
trabalho. Aos poucos o sistema Home Office vem despertando o interesse das
empresas, pois com o sistema elas têm as seguintes vantagens: não precisam
pagar inúmeros benefícios ao trabalhador, reduzem possíveis gastos com a
adaptação dos escritórios, podem se adequar melhor a lei das cotas, economizam
com o pessoal que assessora a Pessoa Com Deficiência no escritório como
acompanhantes, terapeutas ocupacionais, ajudantes e cuidadores, ganham na
produtividade dos funcionários e enfim têm lucros maiores. Deve-se ter em mente
alguns cuidados, é claro. O sistema Home Office exige acesso a internet e
contas de e-mail, pois é tudo feito online. As vagas de Home Office exigem
maior qualificação profissional e ensino superior. Elas se limitam a áreas como
pesquisa, design, redação de textos, tradução de textos, jornalismo, blogs,
redes sociais, pessoa jurídica, comunicação, marketing, publicidade e call
center. No caso de call center entra em cena o teletrabalho, adaptações de
terapia ocupacional, projetos de áreas afins e desenvolvimento em novas
tecnologias, que no entanto, ainda dão seus primeiros passos. O sistema Home Office exige disciplina,
rotina, concentração, organização, segurança e sigilo, pois em casa podemos nos
distrair mais facilmente com problemas domésticos, a televisão e a falta de
horários, devemos ter compromisso com os prazos, não estamos no escritório,
onde sentimos um clima de rotinas administrativas e ambiente de trabalho e
vestimos uniforme, que nos incentivam mais para o serviço, e as informações
profissionais podem vazar ou ser invadidas por vírus e hackers. O sistema Home
Office se baseia na confiança e vigilância, pois as empresas não possuem
controle tão apurado sobre seus dados, como acontece no escritório. Enfim,
tomando-se todos os cuidados necessários e considerando que é passível de
problemas como qualquer tipo de serviço, o sistema Home Office representa o
futuro do mercado de trabalho, o avanço das novas tecnologias, mais economia e
produtividade para as empresas e a inclusão social da Pessoa Com Deficiência.
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