domingo, 10 de julho de 2011

Opinião Política - Lula III



O primeiro semestre do governo de Dilma Rousseff foi marcado pelos mesmos problemas que assolam os governos do PT e que assolaram o governo do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. A inflação voltou, fazendo com que os preços de produtos básicos disparassem. O debate sobre a necessidade das privatizações teve espaço e o governo finalmente admitiu e anunciou tardiamente que vai privatizar portos e aeroportos, vale lembrar que na campanha eleitoral o tema foi demonizado pelo PT. As negociações e a disputa de cargos entre PT e PMDB e outros aliados da base governista marcaram a escolha, a indicação e a nomeação de ministros e da equipe de governo. A queda de Antônio Palocci da Casa Civil abalou o governo, pois era o ministro mais poderoso do governo. Houve a queda do ministro dos Transportes Alfredo Nascimento do PR por suspeitas de corrupção. As obras do PAC foram marcadas pelo atraso, pela inauguração de apenas pedras fundamentais e muitas obras nem saíram do papel. As obras para a Copa do Mundo de 2014 estão muito atrasadas. O TCU apontou diversas irregularidades nas obras do governo. O ministério da educação lançou uma cartilha em que defendia o erro de português e considerava preconceito recriminá-lo, admitindo e agravando ainda mais os problemas da educação. A interferência do governo em negócios privados, com a ajuda do BNDES para a fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour gerou fortes polêmicas. A aprovação do regime diferenciado de contratação lançou dúvidas sobre a transparência do governo. A falta de projetos tem paralisado as ações do governo, que não apresenta um projeto de relevância para o país. A política externa míope do governo ficou evidente com a negação da extradição do terrorista italiano Cesare Battisti. A nomeação de Gleisi Hoffmann para a Casa Civil e de Ideli Salvatti para Relações Institucionais por parte de Dilma Rousseff buscou dar um ar de novo governo, independente de Lula. Ceder às pressões dos políticos da base aliada tem sido a regra para se conseguir apoio no Congresso. O caos aéreo continua a atrasar vôos nos aeroportos. A gastança desenfreada na campanha eleitoral e o corte de gastos anunciados no início do governo fizeram com que houvesse o endividamento do governo e muitas áreas fossem afetadas com o corte. A falta de investimentos em infra-estrutura, rodovias, portos e aeroportos continua nesse governo. Enfim, estamos no terceiro mandato de um governo que não anda, no qual não vemos as coisas acontecerem, que não tem projeto de país, mas sim projeto de poder.

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