terça-feira, 16 de agosto de 2011

Opinião Política - A Bolsa Estourou




Recentemente o mundo se deparou com a queda das bolsas de valores de diversos lugares do mundo. As Bolsas de Tóquio, Xangai, Hong Kong, Seul, Nova Déli, Sidney, Paris, Londres, Frankfurt, Roma, Madri, Nova York, Bovespa, Nikkey, Dow Jones, Nasdaq tiveram enormes quedas. A nota de classificação de risco dos Estados Unidos, pela primeira vez na história, foi rebaixada de AAA para AA+ pela agência Standard Poors, diminuindo o crédito da economia norte-americana, em decorrência do impasse entre Republicanos e Democratas diante da votação no Congresso sobre a elevação do teto da dívida norte-americana, atingindo em cheio a popularidade do presidente Barack Obama. Quem investiu na Bolsa de Valores nesses dias teve enormes perdas, sendo por isso recomendado cautela. A crise ameaça atingir a Espanha e a Itália, tanto é que o governo espanhol decidiu antecipar suas eleições e o governo italiano anunciou um pacote rigoroso de austeridade fiscal para conter o déficit público, que inclui demissões em massa, congelamento dos salários, aumento de impostos, fusões de cidades para reduzir custos administrativos, cortes dos serviços básicos e redução de custos. Tudo isso corresponde a uma segunda fase da crise econômica iniciada em 2008. A situação econômica havia se tornado rentável para os especuladores, que aumentaram em muito suas atividades financeiras, agindo livremente, gerando uma bolha especulativa. Ao se subirem os juros, muitos não puderam arcar com seus custos, levando muitas instituições financeiras a quebrarem, estourando a bolha especulativa e dando origem a crise de 2008. Como forma de salvar e controlar as instituições financeiras e manter a economia funcionando, os governos injetaram enormes somas de recursos na economia e nas instituições financeiras, aumentando o déficit público. O resultado disso foi o endividamento e risco de calote dos governos, provocando a crise atual. Assim, para salvar a economia mundial, o FMI e a União Européia emprestaram dinheiro para Grécia, Irlanda e Portugal que ameaçavam ir a bancarrota e exigiram em contrapartida medidas rigorosas de austeridade fiscal como as privatizações, as demissões em massa, o aumento de impostos, a contenção dos gastos, o corte de serviços básicos e o congelamento dos salários. Nos Estados Unidos, no governo de George W. Bush, houve a elevação dos gastos com a guerra do Afeganistão, a guerra do Iraque e a guerra ao terror e a liberação das atividades especulativas e, no governo de Barack Obama, houve a elevação dos gastos para salvar as instituições financeiras quebradas e para estimular a economia, elevando a sua dívida. Eis o quadro em que nos encontramos hoje.

Nenhum comentário:

Postar um comentário