O ano de 2011 foi marcante, com fatos históricos importantes, fatos nunca imaginados e grandes surpresas. O Japão foi sacudido por um forte terremoto, seguido de tsunami e de uma forte explosão nuclear na usina nuclear de Fukushima, no que foi considerada a maior catástrofe da humanidade e do Japão, desde a Segunda Guerra Mundial e as bombas atômicas de Hiroxima e Nagasaki. O episódio provocou a morte de cerca de 20 mil pessoas, a destruição de inúmeras cidades litorâneas, o risco de contaminação nuclear em quase todo o território japonês, sérios problemas econômicos, forte comoção mundial, campanhas internacionais de ajuda na reconstrução do Japão, movimentos internacionais pedindo o fim das usinas nucleares e lembranças da explosão nuclear de Chernobyl. A China ainda não foi abalada com a crise econômica, mantendo seu forte e vigoroso crescimento econômico, chegando-se até a se cogitar a hipótese de a China ser a salvadora da Europa, com a compra de títulos europeus e engordando com seus recursos o fundo europeu de resgate, num gesto histórico. A morte do ditador norte-coreano Kim Jong-il e sua substituição pelo seu filho mais novo Kim Jong-un no país mais fechado do planeta surpreendeu o mundo, gerando fortes incertezas na Ásia acerca de seus futuros desdobramentos. O Mundo Árabe viu surgir a Primavera Árabe, protestos e manifestações populares pedindo a renúncia de seus governos e ditadores e reivindicando a democracia, refletindo o descontentamento da população com líderes há décadas no poder, com a tirania, com a corrupção, com a miséria, com a pobreza e com a injustiça social, fato nunca imaginado nos países árabes. Na Tunísia, houve a renúncia do presidente Ben Ali. No Egito, o presidente Hosni Mubarak teve que renunciar, dando lugar ao governo de uma Junta Militar, que também foi obrigada a renunciar por não promover reformas políticas concretas e mantendo no poder a mesma turma e estrutura deixadas por Hosni Mubarak. Na Líbia, Muamar Kadafi decidiu não entregar o poder, gerando forte repressão aos seus oposicionistas e conflitos entre forças do governo e forças oposicionistas, levando os países ocidentais e a OTAN a intervir militarmente na Líbia em apoio às forças oposicionistas, provocando a derrota de Muamar Kadafi, o fim da ditadura sanguinária de Muamar Kadafi, a mudança da bandeira da Líbia e do regime e o assassinato pela população líbia de Muamar Kadafi. No Iêmen, o presidente Abdulah Saleh, há 32 anos no poder, vinha enfrentando manifestações populares exigindo democracia, sofreu um atentado, foi se tratar na Arábia Saudita e finalmente renunciou. Os protestos se expandiram no Mundo Árabe e tomaram as ruas de Jordânia, Marrocos, Argélia, Arábia Saudita, Mauritânia, Bahrein, Kuwait, Síria, Omã, Qatar e Irã. Agora, fala-se da Síria sofrer pressões do Ocidente, e de uma possível invasão militar em seu território. Vale lembrar que muitos desses governos receberam forte apoio dos Estados Unidos e do Ocidente durante muitos anos, havendo uma mudança de postura diante da Primavera Árabe. A Rússia, do poderoso Vladimir Putin, e de Dmitri Medvedev, viu nascer protestos contra o autoritarismo do governo, os maiores protestos desde a queda da União Soviética e do comunismo. A Europa viveu momentos turbulentos com a crise econômica iniciada em 2008 e que se arrasta até nossos dias, provocando quedas de governos, forte desemprego, manifestações e protestos violentos, muita recessão e aumento da pobreza, no que foi considerado a pior crise econômica desde 1929 e o pior momento da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, gerando rumores sobre o fim da União Européia. Os governos de Irlanda, Portugal, Itália, Grécia e Espanha caíram. Fortes protestos sacudiram a Espanha, o Reino Unido, Portugal, Grécia e Itália, ora contra o sistema financeiro, ora contra a classe política e ora contra medidas impopulares e duras anunciadas pelos governos para combater o déficit, tais como as privatizações, o corte do funcionalismo, o congelamento dos salários, as demissões em massa, o corte dos gastos públicos e o aumento das idades das aposentadorias. Os Estados Unidos viveram dois momentos distintos: êxito na sua guerra contra o terror e crise e recessão de sua economia. Em maio de 2011, os Estados Unidos finalmente encontraram e assassinaram o maior terrorista do mundo, Osama Bin Laden, encontrado numa casa no Paquistão, perto de um posto do exército paquistanês, gerando desconfianças e atritos com Islamabad, pondo fim a uma fase da política externa norte-americana iniciada há exatos 10 anos após os ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, que culminaram na Guerra no Afeganistão e na Guerra no Iraque, e pondo fim a uma política de hostilidades para com o Mundo Árabe, iniciada após a Revolução Iraniana. Com isso e conforme Barack Obama havia prometido na sua campanha eleitoral, o exército norte-americano pôde retirar suas tropas do Iraque. Os Estados Unidos viram florescer em várias regiões movimentos contra Wall Street, contra o sistema financeiro e os especuladores, refletindo o descontentamento contra a crise econômica e ameaçando a reeleição de Barack Obama, refém de disputas políticas entre Republicanos e Democratas. A América Latina continuou a presenciar a ascensão e inclusive a consolidação da esquerda com as eleições de Ollanta Humala no Peru e Cristina Kirchner na Argentina. No Peru, Ollanta Humala venceu Keiko Fujimori, que representava a volta das políticas de seu pai Alberto Fujimori, com a moderação de seu discurso, distanciamento de Hugo Chávez e a adoção da estratégia usada por Lula para se eleger, de fazer um discurso de esquerda e ao mesmo tempo agradar o mercado e os investidores. Na Argentina, Cristina Kirchner foi reeleita, dando continuidade ao kirchnerismo, iniciado com seu marido falecido Néstor Kirchner. O Chile foi tomado por manifestações de estudantes contra o sistema de educação de cunho neoliberal. Hugo Chávez e Luis Inácio Lula da Silva surpreenderam a imprensa com o anúncio de que tinham câncer. A Noruega e a Bélgica ficaram chocados e horrorizados com ataques cometidos por um homem suicida, louco, que atirou em todo mundo em um lugar público e em seguida se suicidou, assim como os moradores de Realengo no Rio de Janeiro. No Brasil, o governo Dilma Roussef foi marcado durante o ano por inúmeras denúncias de corrupção e que culminaram na queda de sete ministros, um atrás do outro, como uma fileira. Os ministros Antonio Palocci do PT, Alfredo Nascimento do PR, Nelson Jobim, Wagner Rossi, Pedro Novais do PMDB, Orlando Silva do PC do B e Carlos Lupi do PDT, todos herdados do Governo Lula, seja por meio de escolhas políticas e loteamento político e partidário dos cargos entre PT, PMDB, PR, PP, PTB, PC do B, PDT e PSB. Além disso, o governo Dilma Roussef foi caracterizado por um certo afastamento das políticas adotadas no Governo Lula, como ilustram a maior aproximação com a imprensa, a visita do presidente Barack Obama ao Brasil, as nomeações de Gleisi Hoffman, Ideli Salvatti, Celso Amorim, Aldo Rebelo, como ministros após a queda dos ministros herdados de Lula, o engajamento de Dilma Roussef na questão dos direitos humanos no cenário internacional, a adoção de maior austeridade nas contas públicas e a adoção de um estilo mais discreto de fazer política. O Governo Dilma Roussef se prepara para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, mas também gera críticas com a aprovação do Regime Diferenciado de Contratação Pública, que flexibiliza o processo de licitação de obras públicas, facilitando o desvio de dinheiro e a corrupção, e além disso, começa a fazer as suas primeiras privatizações e parcerias público-privadas, muito criticadas pelo PT. O PT lançou a candidatura de Fernando Haddad a Prefeitura de São Paulo em 2012 e ganha força em São Paulo com a maior influência conquistada por Lula na região. Na Oposição, Gilberto Kassab decide criar o PSD, buscando se aliar a base governista, mas sua gestão em São Paulo piora, sua aprovação cai e o escândalo do Controlar minam seu futuro político. O DEM sofre a maior perda de seus quadros para o PSD, tenta sobreviver revendo seus princípios com a adoção de um discurso mais a direita e lançando a pré-candidatura de Demóstenes Torres a presidente. O PSDB segue profundamente dividido, com José Serra enfrentando forte rejeição em São Paulo, com pouco empenho como partido de oposição por parte de seus principais líderes José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves, reformulando seu programa de governo e com muita indefinição quanto a disputa das eleições para a Prefeitura de São Paulo em 2012, com até sete pré-candidatos. Marina Silva abandonou o Partido Verde e decidiu lançar um movimento independente em defesa do meio ambiente. No PMDB, Sérgio Cabral ganha força com a prisão do traficante Nem e com melhorias nas favelas do Rio de Janeiro ocupadas pelas UPPs, Gabriel Chalita deve disputar as eleições para a Prefeitura de São Paulo em 2012 e o fisiologismo continua forte. Em 2011, o Corinthians foi o campeão do Brasileirão no dia em que o doutor Sócrates faleceu. O técnico da seleção brasileira Mano Meneses decepcionou e ainda não agradou a torcida brasileira. O craque Ronaldo decidiu se aposentar e pendurar as chuteiras. No mundo dos artistas, Reinaldo Gianechinni surpreendeu a todos com o anúncio de que tinha câncer, Zezé de Camargo e Luciano assustaram a todos ao anunciar o fim da dupla, mas tudo não passou de um alarme falso e os cantores Luan Santana, Paula Fernandes e Michel Teló brilharam em 2011, o ano do sertanejo universitário. Enfim, 2011 passou, foi rápido, turbulento, agitado e foi um ano marcante e histórico, com grandes surpresas para a Humanidade. Que venha um 2012 repleto de boas notícias e boas manchetes. Feliz Ano Novo!
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Retrospectiva 2011
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