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Os Estados Unidos nestes dias redefiniram a sua política externa e passaram a priorizar a região da Ásia-Pacífico tendo como foco o Irã e a China, lembrando tempos de guerra fria. A nova política externa de Barack Obama reflete mudanças ocorridas no ano de 2011 que tiraram o foco da política externa norte-americana do Oriente Médio, tais como a Primavera Árabe, o assassinato de Osama Bin Laden e a desocupação do Iraque, restando apenas a questão iraniana. Vale lembrar que a nova guerra fria com a China envolve dois modelos políticos e econômicos distintos de Estado. No capitalismo defendido pelos Estados Unidos prevalece a democracia, o Estado de Direito, a livre iniciativa, as liberdades individuais, a liberdade de imprensa, o respeito aos direitos humanos, o livre mercado e o liberalismo. No capitalismo de Estado chinês não tem democracia, não há respeito a propriedade privada, prevalece o regime de partido único, no qual membros da burocracia estatal e do Partido Comunista Chinês tem privilégios, não há transparência, não tem sistema jurídico, não há a escolha de seus governantes, há repressão aos opositores políticos, há forte intervenção do Estado na economia, não há respeito aos direitos humanos, a imprensa é controlada pelo governo, a internet sofre censura, a corrida armamentista faz parte da sociedade e não tem liberdade, lembrando regimes totalitários. Além disso, a China, na tentativa de desafiar os Estados Unidos e defender seus interesses econômicos, sustenta e apóia nas discussões internacionais países como Mianmar, Coréia do Norte, Sudão, Irã, Cuba, Venezuela, Síria, Bielarus, Zimbábue, ditaduras africanas, regimes brutais, onde não há liberdade, representando uma ameaça a democracia e aos valores ocidentais no mundo. Do ponto de vista econômico, a China adota o comércio desleal, com a desvalorização artificial de sua moeda, o Yuan, não tem legislação trabalhista, sendo sua mão-de-obra barata e vivendo em condições que lembram a escravidão e campos de trabalho forçado, tornando suas exportações competitivas, produz produtos de baixa qualidade e mais baratos, quebrando as indústrias de outros países, intervém fortemente nos negócios privados e entre particulares, vem expandindo seus negócios na África e na América Latina, apoiando ditadores sanguinários e regimes autoritários, foi sondada para ajudar a Europa, comprando seus títulos, em tempos de crise econômica, se tornou a segunda maior economia do mundo, ameaçando a liderança internacional dos Estados Unidos, e criou uma ampla rede de dependência mundial no que se a China quebrar, o mundo todo cai junto. Diante desse quadro geral, os Estados Unidos e o mundo devem temer a consolidação do modelo chinês.
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