O pensamento de esquerda moderno
gosta de exaltar a China, como a grande vencedora da globalização, por justamente
impor restrições ao processo, como o símbolo da resistência as potências
ocidentais, a economia que mais cresce no mundo e um exemplo de desenvolvimento
a ser seguido. Esquecem que essa tese apresenta inúmeras restrições. A China é
uma ditadura, que viola os direitos humanos, controla a sociedade com mãos de
ferro, não tem sistema jurídico, onde a arbitrariedade prevalece, reprime manifestações,
inclusive com tanques de guerra, censura a imprensa, persegue opositores e mantém
prisões políticas medonhas, onde a tortura ainda é usada. Tanto que muitos
chineses têm o sonho de deixar a China para viver nos Estados Unidos, como o ativista
e dissidente chinês cego Chen Guangcheng, que pediu para se mudar, pois ele e
sua família corriam risco na China. Na China, a falta de liberdade de imprensa
afeta até jornalistas estrangeiros, que têm que pedir autorização ao governo chinês
para filmar partes do país e que podem ser expulsos do país, como se viu no
caso da expulsão da jornalista da TV Al Jazeera, Melissa Chan. A internet é
fortemente controlada pelo governo, tanto que o Google, o maior site da
internet do mundo decidiu deixar o país, em vista de restrições e censuras
impostas pelo governo chinês a seus serviços. Muitos gostam de exaltar o fato
de a China ter ultrapassado o Japão no ranking das maiores economias do mundo,
se tornando a China a segunda e o Japão a terceira economia mundial, e o extraordinário
crescimento econômico chinês, exaltando-se as glórias do capitalismo chinês e
falando-se na China como potência de primeira classe. Vale lembrar que o Japão
é uma grande potência e expoente do capitalismo desde o século XIX com a Revolução
Meiji, passando pela Segunda Guerra Mundial e permanece assim até os dias de
hoje, enquanto a China só agora, a partir da década de 80, emergiu como grande
potência. Isso se deu porque a China abriu sua economia para as empresas
estrangeiras e para os investimentos internacionais, mas essa abertura ainda não
foi completa, uma vez que o governo chinês ainda impõe restrições a suas
atividades, tornando-as obscuras e pouco transparentes. Além disso, a China
passou a investir pesado na educação, se adaptando a globalização, entrando na
era do conhecimento, abandonando de vez a era da Revolução Cultural de seu
velho líder Mao Tsé-Tung. Sim, o desenvolvimento real da China se deu na era de
Deng Xiaoping, que assumiu após a morte em 1976 do sanguinário Mao Tsé-Tung, líder
da desastrosa Revolução Cultural, cujos ensinamentos ainda são seguidos pela população
chinesa, cujo retrato está presente em todo o país e cuja figura ainda desperta
paixões, num sinal do atraso e da ignorância da China. Sobre a China ouve-se
constantemente, quase que diariamente, notícias sobre explosões de minas de carvão,
num sinal dos sérios problemas da China, lembrando de forma muito distante a explosão
nuclear da usina de Chernobyl, na ex-União Soviética. A pobreza e a miséria ainda
atingem grande parte da população chinesa, tanto que o governo faz questão de
escondê-las, impedindo seu acesso pela mídia internacional. Esses são reflexos
do socialismo chinês, que apesar de não existir mais e ter se adaptado ao
mercado, ainda está presente na sociedade e na bandeira chinesas. A China hoje
em dia é uma das grandes estrelas do cenário internacional, com um crescimento
vigoroso e a grande promessa do futuro, mas para continuar nesse ritmo precisa continuar
investindo pesado em educação e abandonar de uma vez por todas seu socialismo,
sua ditadura e seu eterno líder Mao Tsé-Tung, símbolos bizarros e símbolos do
atraso chinês.
Amigo, deixo esse texto:
ResponderExcluir.
Bruce Bueno de Mesquita e Alastair Smith: “Khadafi caiu porque foi bom demais”:
http://cinenegocioseimoveis.blogspot.com.br/2012/08/bruce-bueno-de-mesquita-e-alastair.html
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Abraço a Todos
Osvaldo Aires