As eleições municipais de 2012 foram
marcadas pela renovação dos quadros políticos e pelo equilíbrio e diversidade
das forças políticas, em que praticamente todos os partidos políticos
conquistaram espaço político sem a formação de uma força hegemônica forte. Em
São Paulo, a renovação se revelou nas candidaturas de Celso Russomano do PRB,
representante do malufismo, que liderou as pesquisas do 1o turno, de
Gabriel Chalita do PMDB, órfão de Orestes Quércia, e Fernando Haddad do PT, que
decidiu inovar com seu nome, preterindo os já tradicionais Marta Suplicy e
Aloizio Mercadante, escolhido a dedo por Lula, total desconhecido da população
paulista e o grande vitorioso do pleito, derrotando o veterano e experiente José
Serra do PSDB. A surpreendente derrota de José Serra e a zebra que foi a perda
do PSDB de São Paulo para o PT de Lula se deveu ao desgaste do nome de José
Serra, que impediu a renovação do PSDB em suas prévias e que escolheria Andrea
Matarazzo como candidato, a sua enorme rejeição beirando a casa dos 50%, a má avaliação
da gestão de Gilberto Kassab, seu afiliado, que apresentou um índice de 42% de
ruim e péssimo, apesar de fazer uma boa administração, a temores de que José
Serra abandonaria o cargo daqui dois anos para se candidatar a presidente e
governador e devido principalmente ao discurso de renovação adotado por
Fernando Haddad do PT. A derrota de José Serra em São Paulo foi estranha, pois
Fernando Haddad foi um ministro da educação medíocre e marcado pelas falhas do
ENEM, enquanto José Serra foi o melhor ministro da Saúde do Brasil, foi bom
prefeito, foi bom governador e contou com o apoio do governador Geraldo Alckmin
e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e São Paulo rejeitava o PT, sob o
julgamento do mensalão, sendo a derrota de São Paulo o fim definitivo da
carreira política de José Serra, já com idade avançada, a consolidação da candidatura
de Aécio Neves para presidente pelo PSDB em 2014 e a necessidade de um nome
novo do partido em São Paulo. Em Belo Horizonte, Márcio Lacerda do PSB apoiado
pelo senador Aécio Neves derrotou Patrus Ananias do PT, apoiado por Lula e
Dilma Rousseff. A oposição saiu mais aliviada do pleito, com a conquista de
Salvador por ACM Neto do DEM, a conquista de Manaus por Artur Virgílio, do
PSDB, desafeto de Lula e as conquistas do PSDB nas capitais nordestinas,
Teresina e Maceió, reduto do PT. O aliado PSB de Eduardo Campos rompeu com o PT
em Belo Horizonte, Recife e Fortaleza, elegeu prefeitos em Belo Horizonte, Recife
e Fortaleza surgindo rumores de rompimento da aliança entre PT e PSB para 2014.
No Rio de Janeiro, Eduardo Paes do PMDB foi reeleito, em Curitiba venceu
Gustavo Fruet do PDT, em Porto Alegre José Fortunati venceu, e em Vitória
venceu Luciano Rezende do PPS, revelando o equilíbrio das forças politicas. O
PSOL conquistou sua primeira capital desde a sua criação, vencendo em Macapá. O
PSD de Gilberto Kassab conseguiu vencer em Florianópolis. Assim, no balanço
geral PT, PSDB, PMDB e PSB elegeram o maior número de prefeitos, sendo o PSB o
grande vitorioso, angariando capital político a Eduardo Campos. Em São Paulo, o
prefeito Gilberto Kassab dá sinais de aproximação com o prefeito eleito
Fernando Haddad e de incorporação ao governo Dilma Rousseff do PT, inclusive
com sua possível indicação a ministro. O PT se tornou uma força hegemônica ao
conquistar São Paulo, além do Brasil, faltando-lhe apenas o governo de São Paulo
de Geraldo Alckmin, único bastião da Oposição, vindo com força para essa
conquista que pode ficar a cargo de Luís Marinho, prefeito de São Bernardo do
Campo, Alexandre Padilha, ministro da Saúde, Marta Suplicy, ministra da Cultura
e Aloizio Mercadante, ministro da Educação. A partir das eleições municipais, Dilma
Rousseff do PT, Aécio Neves do PSDB e Eduardo Campos do PSB surgem como os principais
nomes para assumir o Palácio do Planalto em 2014. Veremos.
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