quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Opinião Política - Diagrama Espanhol










Nestes dias ocorreram eleições regionais na Catalunha e a aprovação de uma consulta pública sobre sua independência, abrindo caminho para as discussões sobre sua independência em relação a Espanha, lembrando que o país já enfrenta discussões sobre a independência de outra região, o País Basco. O sentimento separatista ganhou força de forma súbita com a crise econômica pela qual a Europa vive neste momento, ressurgiu de forma inesperada e teve início depois que milhares de catalães saíram as ruas apoiados pelo governo local e com a aprovação de seu Parlamento de uma consulta pública sobre o tema. Como se sabe, a Catalunha é uma comunidade autônoma, com capital em Barcelona e cujo idioma é o catalão e tinha a reinvindicação histórica de independência de certa forma enterrada. A Catalunha é a região que mais contribui com o PIB espanhol, cerca de 18%, tem o maior PIB entre as regiões espanholas, de  € 210 bilhões, é uma das cinco regiões mais industrializadas  da Europa, lá estão 60% das empresas dos Estados Unidos e da França com sede na Espanha, além das grandes montadoras, como Volkswagen, Nissan, Renault, Siemens, Sony e Microsoft e é a região mais endividada da Espanha, com rombo que já soma € 41 bilhões e um déficit de 3,9% e que depois da crise pela qual vivem a Espanha e a Europa se viu com mais poder de barganha. Além da Catalunha, a Espanha enfrenta movimentos em favor da independência de outra região, o Pais Basco. O País Basco é uma região onde vivem os bascos, que abrange a Espanha e a França, que tem cultura própria, sobretudo seu idioma, o euskera, que em 1978 conquistou alto grau de autonomia do governo espanhol e que possui movimentos separatistas. O ETA (Euskadi Ta Askatasuna) é um grupo terrorista, criado em 1959, que luta pela independência do País Basco, que cometeu inúmeros atentados terroristas na Espanha, deixando um saldo de 800 mortes. Durante a ditadura franquista contou com o apoio da população e apoio internacional por lutar contra o regime e com a redemocratização e devido aos seus atentados e sua violência, combatidos por forte pressão policial por parte do governo espanhol, se viu enfraquecido. Em 2011, o grupo emitiu um comunicado anunciando o final definitivo de toda e qualquer atividade, após 51 anos de violência. A Espanha em crise hoje vê surgir de forma súbita o recrudescimento do movimento de independência da Catalunha e agora convive também com o movimento de independência do País Basco. Eis o diagrama espanhol.












sábado, 1 de dezembro de 2012

Opinião Política - Rixa Entre Israel e Palestina









Nestes dias, a ONU concedeu a Palestina o status de Estado observador não-membro, com 138 países favoráveis, incluindo o Brasil, e nove contrários, entre eles os Estados Unidos e Israel, num gesto simbólico para o reconhecimento do Estado palestino, no dia que comemora os 65 anos da partilha palestina, que previa a criação de uma nação judaica ao lado de uma árabe. Essa decisão, no entanto, não significa a independência da Palestina, mas, com ela, a Palestina poderá ingressar nas agências e órgãos da ONU, o que pode representar mais um passo rumo ao distante processo de paz entre Israel e Palestina. Vale lembrar que há poucos dias Israel e o Hamas estiveram envolvidos em confrontos armados na Faixa de Gaza que deixaram 160 mortos e só tiveram fim com um acordo de cessar-fogo mediado pelo Egito. Cenário vivido em 2009, em que Israel e Hamas se enfrentaram na Faixa de Gaza durante semanas e cujos ataques só foram interrompidos após um cessar-fogo unilateral de Israel, que se seguiu a retirada de tropas. Como se sabe, em 2007 após as eleições palestinas que deram vitória ao Hamas, o Hamas e o Fatah se envolveram em uma breve guerra civil na Faixa de Gaza, vencida pelo Hamas, que expulsou o Fatah do território, que passou a ocupar apenas a Cisjordânia, o que culminou no rompimento entre Hamas e Fatah, marcando a divisão interna da Palestina e um empecilho ao processo de paz com Israel. O Fatah controla a ANP e seu presidente Mahmoud Abbas adota um discurso moderado. Já o Hamas defende a destruição do Estado de Israel, é um grupo terrorista, recebe apoio do Irã, exerce influência por meio de uma ampla rede de programas assistencialistas e sociais e se formou a partir da Irmandade Muçulmana que atua no Egito. Os conflitos tiveram origem a partir de 14 de maio de 1948 quando Israel declarou sua independência, ao longo das discussões iniciadas em 1947 quando a ONU propôs a criação do Estado de Israel, como forma de compensar os horrores do Holocausto vividos pelos judeus durante a Segunda Guerra Mundial e de solucionar o problema da imigração maciça de judeus que entravam em conflito com a população árabe da Palestina, ao lado de um Estado árabe e palestino. Os exércitos do Egito, Jordânia, Síria e Líbano atacaram imediatamente Israel, mas foram derrotados. Em 1967 houve a Guerra dos Seis Dias, em que Israel derrotou Egito, Síria e Jordânia e conquistou de uma só vez toda a Cisjordânia, as Colinas de Golan e Jerusalém Oriental. Em 1973 houve a guerra do Yom Kippur, em que Egito e Síria lançaram uma ofensiva contra Israel, mas foram novamente derrotados. Em 1987, aconteceu a primeira Intifada, em que milhares de palestinos protestaram contra a ocupação israelense. A segunda Intifada aconteceu em 2000, após o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon ter visitado a mesquita Al-Aqsa, considerada sagrada pelos muçulmanos, e que faz parte do Monte do Templo, área sagrada também para os judeus. Desde então atentados terroristas, boicotes de palestinos, lançamento de misseis palestinos, respostas desproporcionais do lado israelense e a sua relutância em devolver os territórios ocupados impedem que a paz se concretize. Inclusive, logo após a medida da ONU, Israel anunciou a decisão de construir 3 mil casas em novos assentamentos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, criticada pelos Estados Unidos e que promete esquentar ainda mais o conflito entre Israel e Palestina, esse conflito que não tem fim.