A Aliança do Pacífico, bloco novo da
América Latina formado por Chile, Colômbia, México e Peru, com viés liberal e
apoiado pelos Estados Unidos, conseguiu desbancar o Mercosul, servindo como
contraponto ao bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e
Venezuela, de viés mais integracionista e apoiado pelos bolivarianos. Completando
um ano de existência em junho e com um PIB de 35% do total latino-americano e
crescimento que supera os vizinhos do Mercosul, a Aliança do Pacífico dividiu a
região e já se fala de uma possível alternativa pró-mercado no continente. O Mercosul
teve sua imagem fragilizada por decisões políticas recentes, como a suspensão
do Paraguai, e pela lentidão em fechar um acordo de livre comércio com a União
Européia. Foi afetado pelo protecionismo da Argentina, com a taxação das importações
brasileiras para proteger a indústria nacional, a entrada da Venezuela no bloco
e a influência dos bolivarianos, trazendo a politização do bloco. Aponta-se o papel
pouco ativo do Brasil e do bloco do sul. O Brasil não conseguiu exercer uma
liderança capaz de impedir a fragmentação da América do Sul e os países do
Mercosul não se esforçaram por acordos comerciais e muito menos avançaram na
direção de formar um verdadeiro bloco integrado. Em 2011, os países da Aliança
do Pacífico já exportavam 10% a mais bens e serviços que os do Mercosul. O
crescimento em 2012 entre os integrantes da Aliança do Pacífico foi de 4,9% em
média e os do Mercosul foi de 2,2% . A Aliança do Pacífico já atraiu França, Espanha
e Portugal como observadores, enquanto as negociações de acordo entre Mercosul
e União Européia se desenrolam lentamente após mais de uma década de
discussões. A Aliança do Pacífico têm uma população de 209 milhões e PIB de US$
2 trilhões, próxima aos 198 milhões de habitantes e US$ 2,4 trilhões de PIB do
Brasil, sendo o tamanho de seus mercados próximos. Para atrair investimentos, a
Aliança do Pacífico é muito mais atraente porque tem o tamanho do Brasil, mas
cresce mais rápido e tem mais qualidade política, com inflação baixa e
economias menos fechadas. A Aliança do Pacífico surge como contraponto ao
Mercosul na América Latina e isso pode representar benefícios para a integração
regional, mas sob a ótica liberal.
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