Nestes dias, o mundo árabe viu a eclosão
de novos e violentos protestos, porém, em um processo inverso da Primavera
Árabe e contra alvos norte-americanos. Ataques a embaixadas, lançamento de coquetéis
molotov e bombas, depredação de prédios, passeatas de rua, gritos de guerra,
queima de bandeiras e bonecos, quebra-quebra e cenas de violência foram vistas
nas multidões de seguidores do Islã. Trata-se de protestos contra a exibição do
filme Inocência dos Muçulmanos que retrata o profeta Maomé como pedófilo e
sanguinário e considerado uma ofensa e uma provocação pelos muçulmanos. Esses protestos
atingiram 20 países como Líbia, Egito, Nigéria, Paquistão, Líbano. Tunísia, Afeganistão,
Irã, Índia, Síria, Marrocos, Sudão, Israel, Indonésia, Iraque, Bangladesh, Iêmen,
Qatar, Jordânia e os territórios palestinos. Além disso, já provocaram a morte
de 50 pessoas e um ataque contra a embaixada dos Estados Unidos em Benghazi na Líbia,
que matou seu embaixador. A França, depois que um semanário publicou charges
retratando o profeta consideradas ofensivas e, em consequência disso, aumentou
ainda mais a polêmica, anunciou o fechamento de representações em 20 países e o
aumento de medidas de segurança. O Talebã, a Al Qaeda e o Hesbolah, grupos terroristas
e fundamentalistas islâmicos, prometeram vingança contra os norte-americanos
por conta da publicação do filme. Um ministro paquistanês ofereceu uma
recompensa de US$ 100 mil pela morte do diretor do filme. O diretor do filme
Nakula Basseley Nakula havia sido condenado em 2010 por fraude bancária e foi
preso por violar as condições de sua liberdade condicional. O presidente Barack
Obama classificou o filme como asqueroso e defendeu a liberdade de expressão. O
mundo árabe viu o renascimento do fundamentalismo islâmico e do
antiamericanismo em um processo inverso a luta pela democracia e liberdade
presentes na Primavera Árabe e viu o uso da desculpa em ofender a religião como
forma de ameaçar a liberdade de expressão. Isso tudo nos mostra a existência de
um choque cultural entre o Ocidente e o Mundo Árabe e do que a ignorância e o
subdesenvolvimento podem fazer com as pessoas.
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