Nestes
dias, na China, houve protestos e manifestações violentas de chineses contra o
Japão que atingiram postos diplomáticos e empresas japonesas e danificaram suas
estruturas, na mais séria crise entre os dois países desde 2005. A crise teve
início quando o governador populista de Tóquio Shintaro Ishihara lançou uma
campanha para comprar o arquipélago de Sentaku para os japoneses e Diaoyu para
os chineses, que era então alugado pelo governo central japonês de um
proprietário privado, despertando a ira dos chineses. Trata-se de ilhotas
rochosas e desabitadas a nordeste de Taiwan no oceano Pacífico com potencial
pesqueiro e petrolífero. Além disso, barcos pesqueiros chineses e da Guarda
Costeira japonesa se envolveram em escaramuças envolvendo cantões
d’água. Como consequência dessa crise, fabricantes de carros japoneses anunciaram uma perda estimada
de cerca de U$ 250 milhões, uma vez que houve uma onda de boicote aos produtos
japoneses na China. Algumas companhias japonesas que atuam na China, como a
Toyota, a Nissan e a Honda, as três maiores fabricantes do país, tiveram que
ser temporariamente fechadas. A Mitsubish Motors e a Yamaha Motor suspenderam
suas operações. Na Bolsa de Tóquio, as ações da Nissan Motors caíram 5%,
da Honda Motors 2,5% e da Uniqlo 7%. Houve uma queda de 20% no número de
chineses que visitam o Japão e cerca de 15 mil passagens para a China foram
canceladas. Muitos japoneses que moram na China começaram a voltar para o
Japão, com medo de escalada da violência. Teme-se os efeitos da continuidade do
conflito e dos atritos sino-japoneses. Vale lembrar que a China é a segunda
maior economia do mundo e o Japão é a terceira maior economia. Em 2011, o
comércio bilateral entre China e Japão gerou cerca de US$ 343 bilhões
representando 9,4% da balança comercial chinesa. As exportações para o Japão
chegaram a quase 8% do total e as importações atingiram 11%. Em contrapartida,
as exportações japonesas para a China chegaram a quase 20% do total
comercializado pelo país em 2011.China e Japão se vêem novamente envolvidos em mais um atrito em um momento
em que completou 40 anos que houve o estabelecimento de laços diplomáticos
entre os países. No entanto, essa crise não deve durar muito e provocar reações
além da retórica devido ao tamanho das economias chinesa e japonesa e em razão
das relações econômicas entre China e Japão.
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